Cientistas do Centro de
Mamíferos Marinhos em Sausalito/USA, da Fundação de Mamíferos Marinhos e da
Universidade de Murdoch, ambas na Austrália, identificaram uma nova doença de
pele em golfinhos, que está ligada
às mudanças climáticas.
Patologia foi vista pela 1ª vez
em 2005, após o Furacão Katrina, em golfinhos do gênero Tursiops vivendo na
costa de Nova Orleans. Desde então, pesquisadores trabalharam para descobrir
sua causa. As conclusões sobre a doença foram publicadas em dezembro na Scientific
Reports.
A doença, chamada de doença de pele de água doce (FWSD, na sigla em inglês), já foi observada em comunidades de golfinhos ao redor do mundo e é causada pelo declínio da salinidade da água provocado pelas mudanças climáticas. Golfinhos com a condição desenvolvem lesões cutâneas irregulares e elevadas em todo o corpo, podendo chegar a cobrir até 70% de sua pele.
Uma doença de pele devastadora está afetando (e matando) golfinhos nos EUA e na Austrália.
É conhecida como doença de
pele de água doce e é uma doença de pele grave que afeta alguns mamíferos
marinhos, em particular os golfinhos nariz de garrafa. E a culpa, de acordo com
um novo estudo, pode ser a mudança climática.
“Esta doença de pele
devastadora está matando golfinhos desde o furacão Katrina, e temos o prazer de
finalmente definir o problema”, disse, em nota, Pádraig Duignan,
patologista-chefe do Centro de Mamíferos Marinhos em Sausalito. “Com uma
temporada recorde de furacões no Golfo do
México este ano e sistemas de tempestades mais intensas em todo o mundo devido
às mudanças climáticas, podemos esperar ver mais desses surtos devastadores
matando golfinhos.”
Nos últimos anos, surtos da
doença foram identificados na costa norte-americana do Golfo do México e na
Austrália. Em todos esses lugares, um fator comum foi a drástica e repentina
redução na salinidade da água. Tempestades de furacões e ciclones cada vez mais
frequentes e graves estão por trás dessas mudanças, já que despejam volumes
incomuns de chuva, transformando as águas costeiras em água doce. Condições de baixa
salinidade podem persistir por meses e, mesmo que golfinhos estejam acostumados
às mudanças nos níveis de salinidade em habitat marinhos, eles não vivem em
água doce.
Especialistas preveem que
tempestades extremas, como o furacão Katrina e o Harvey, ocorridos
respectivamente em 2005 e 2017, serão cada vez mais frequentes com o aumento
das temperaturas, resultando em surtos mais comuns da doença de pele de água
doce.
“Este estudo ajuda a lançar luz sobre uma preocupação cada vez maior, e esperamos que seja o primeiro passo para mitigar a doença mortal e orientar a comunidade do oceano para lutar ainda mais contra as mudanças climáticas”, diz Duignam.
Uma visão aproximada de um golfinho mostra sinais de lesões cutâneas associadas a uma doença mortal de pele conhecida como dermatite ulcerativa.
Mudança climática está causando doença de pele mortal em golfinhos. (revistagalileu)
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