A fome vem ai e não é culpa
do lockdown: Fora Bolsocaro!
Brasil passa por uma crise
sanitária inigualável, conjuntamente com uma enorme crise econômica, com
aumento da pobreza e da fome.
“De pé ó vítimas da fome; De
pé famélicos da terra” - A Internacional
O Brasil está passando por
uma crise sanitária inigualável, conjuntamente com uma enorme crise econômica,
com aumento da pobreza e da fome. O Governo Federal cometeu todos os erros
possíveis e o país chegou a 12 milhões de pessoas infectadas e deve alcançar
300 mil vidas perdidas em 25/03/2021.
A letargia das políticas públicas tem elevado o preço da comida e agravado a carestia. O preço dos alimentos sobe em todo o mundo e não somente no Brasil. O gráfico abaixo, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mostra o Índice de Preços de Alimentos (FFPI), em termos real e nominal. O FFPI, em termos reais, estava acima de 90 pontos entre 1961 e 1985, caiu para uma média abaixo de 80 pontos entre 1986 e 2005 e apresentou uma grande subida durante o superciclo das commodities atingindo 120 pontos em 2011. Este grande aumento está correlacionado com grandes mobilizações sociais e revoltas populares. O aumento do preço dos alimentos foi o rastilho que deflagrou a Guerra da Síria e a Primavera Árabe, além de conflitos em outras partes do mundo. Entre 2015 e 2019 o FFPI caiu para menos de 100 pontos. Mas a partir do segundo semestre de 2020 o Índice voltou a subir e atingiu quase 120 pontos em fevereiro de 2021.
Estudos do New England Complex Systems Institute (NECSI) mostram que existe uma alta correlação entre o aumento do preço dos alimentos e os protestos populares, indicando que o Brasil pode viver uma situação de grande anomia social em 2021. Isto é agravado pelo fato de que a inflação sentida pelas famílias brasileiras mais pobres foi de 6,75%, bem maior do que para as famílias mais abastadas. Sendo que os pobres gastam cerca de 25% de seu orçamento com alimentos, enquanto os mais ricos gastam menos de 10% nessa categoria. Se o descasamento entre oferta e demanda da comida ocorreu no mundo todo, no Brasil este problema foi agravado pela desvalorização do real. Isto encareceu todos os produtos, principalmente os essenciais.
As pesquisas estão indicando que aumenta o número de brasileiros que identificam a alta dos alimentos aos erros do presidente da República. Por isto, tem viralizado a campanha “BOLSOCARO”, que tem o potencial de incendiar uma revolta de baixo para cima. Isto é mais grave quando o auxílio emergencial não atende as necessidades da população mais pobre.
Em 19/03/21 o presidente Jair Bolsonaro reconheceu a gravidade da situação e disse: “O caos vem ai, a fome vai tirar o pessoal de casa”. Mas ao invés de buscar soluções, foi ao STF para derrubar decretos de governadores e prefeitos que tentam estabelecer restrições à circulação de pessoas e garantir o distanciamento social para evitar a transmissão exponencial e descontrolada do novo coronavírus. O presidente busca constantemente o confronto. Por enquanto a correlação de forças não favorecem uma grande reviravolta. Mas o avanço da fome e da carestia pode gerar uma onda de mudança que, como aconteceu recentemente no Paraguai, sacuda o quadro político e crie as condições para uma gestão mais democrática e justa da pandemia e da crise social.
Países que conseguiram evitar
a propagação comunitária descontrolada do Covid19 fizeram uma barreira
sanitária, aplicaram testes em massa, rastrearam e monitoraram os infectados e
fizeram lockdown nacional ou local de acordo com a necessidade. Taiwan, Vietnã
e Nova Zelândia são exemplos de nações que para vencer a pandemia conseguiram
uma união entre o Poder Público e a Sociedade Civil.
No Brasil o presidente
Bolsonaro atrapalhou o combate ao vírus e agora é alvo da campanha “Fora
Bolsocaro”. Bolso vazio e falta de dinheiro para comprar os bens essenciais à
sobrevivência pode ser a centelha para explodir o barril de pólvora da
insatisfação popular. (ecodebate)
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