Sistema agroalimentar mundial
responde por 31% das emissões de gases de efeito estufa.
FAO destaca importância
crescente de cadeia de abastecimento de alimentos nas emissões de CO2.
Da ONU Brasil
A cadeia de abastecimento
alimentar, em muitos países, está ultrapassando a agropecuária e o uso da terra
como a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa dentro do sistema
agroalimentar, de acordo com nova análise da Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura/FAO.
Segundo a agência da ONU,
isso ocorre pelo rápido crescimento de funções como processamento, embalagens e
transporte de alimentos, entre outros fatores.
Os novos dados revelam que
31% das emissões de gases de efeito estufa a partir do homem são feitas pelo
sistema agroalimentar mundial.
De acordo com um novo estudo
da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura/FAO,
apresentado em 08/11/21 na COP26, o processamento de comida, o empacotamento, o
transporte, o consumo familiar e o descarte de resíduos estão colocando a
cadeia de fornecimento alimentar no topo da lista de emissores de gases de
efeito estufa.
Em sua análise, a FAO
sustenta que a cadeia de abastecimento alimentar, em muitos países, está
ultrapassando a agropecuária e o uso da terra como a maior fonte de emissão de
gases de efeito estufa dentro do sistema agroalimentar.
Atividade agrícola
independente e mudanças no uso da terra respondem atualmente por mais da metade
da produção de dióxido de carbono/CO2 no sistema agroalimentar em
algumas regiões. Nos países em desenvolvimento, isso dobrou nas últimas 3
décadas.
Tendência importante – Para o
economista-chefe da FAO, Maximo Torero, a tendência mais importante, destacada
pela análise, que começa nos anos 1990, é o papel crescente das emissões do
setor alimentício fora das terras agrícolas, seus processos de pré e pós produção
juntamente da cadeia de fornecimento, em todas as escalas.
“Isso tem uma repercussão
importante para as estratégias nacionais de mitigação relevantes para a
alimentação, considerando que, até recentemente, elas focavam principalmente na
redução da emissão de CO2 na mudança de uso da terra e das emissões
de outros gases dentro das terras agrícolas”, explicou.
Incentivando a
conscientização – Usando uma série de dados mais amplos, as novas análises
permitem que os fazendeiros e organizadores governamentais entendam as conexões
entre suas ações propostas no Acordo de Paris em mudanças climáticas, e que os
consumidores entendam melhor o aumento da pegada do carbono causado pelas
cadeias de abastecimento globais.
Os novos dados revelam que
31% das emissões de gases de efeito estufa a partir do homem são feitas pelo
sistema agroalimentar mundial.
Enquanto isso, um resumo
analítico enfatiza como os fatores da cadeia de abastecimento estão levando a
um aumento das emissões de gases efeitos estufa no sistema agroalimentar e o
papel cada vez mais importante do desperdício de alimentos longe das terras
agrícolas.
Essa informação tem uma
repercussão importante para as estratégias nacionais que visam diminuir as
emissões.
Rastreando os números – Dos
16,5 bilhões de toneladas das emissões dos gases de efeito estufa do sistema
agroalimentar global em 2019, 7,2 bilhões de toneladas são produzidos dentro
das terras agrícolas, 3,5 da mudança do uso da terra, e 5,8 bilhões nos
processos da cadeia de fornecimento, segundo as novas análises.
O estudo da FAO aponta que o
abastecimento é responsável pela maior parcela de emissões de dióxido de
carbono. Nas atividades agrícolas, o principal gás emitido é o metano e óxido
nitroso.
Em 2019, o desmatamento foi a
principal causa de emissões de gases do efeito estufa, seguido de esterco do
gado, consumo doméstico, descarte de resíduos alimentares, uso dos combustíveis
fósseis nas fazendas e setor varejista de alimentos.
Participação global – A
divisão de emissões no sistema agroalimentar possui características próprias em
cada continente. A Ásia, região mais populosa do mundo, é a principal emissora,
seguida pela África, América do Sul, Europa, América do Norte e Oceania.
No entanto, o estudo concluiu
que as emissões na produção da cadeia de abastecimento representaram mais da
metade do total na Europa e na América do Norte. O número em países da África e
América do Sul fica abaixo de 14%.
Os dados também variam entre
os países. Enquanto as emissões causadas por mudança no uso da terra são
pequenas em países como China, Índia, Paquistão e Estados Unidos da América,
elas são dominantes no Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo.
Já na cadeia de abastecimento, os processos de consumo doméstico foram a principal fonte de emissões na China e o descarte de alimentos liderava no Brasil, República Democrática do Congo, Indonésia, México e Paquistão.
Nos Estados Unidos, Rússia e Canadá, o varejo domina as emissões. O uso de energia nas fazendas foi a maior fonte da Índia.
Sobre o estudo – A Divisão de
Estatísticas da ONU, Agência Internacional de Energia e pesquisadores da
Universidade de Columbia e do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto
Climático colaboraram com a FAO nas análises. (ecodebate)
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