Os EUA tiveram a menor taxa
de crescimento demográfico de todos os tempos.
A pandemia da covid-19
aumentou as taxas de mortalidade e diminui as taxas de natalidade e a migração
internacional dos Estados Unidos da América (EUA).
Em
decorrência da transição demográfica, o crescimento populacional mais lento tem
sido uma tendência nos EUA há vários anos, resultado da diminuição da
fecundidade e da migração internacional líquida, combinada com o aumento da
mortalidade devido ao envelhecimento da população.
Em outras palavras, desde meados de 2010, os nascimentos e a migração internacional líquida têm diminuído, ao mesmo tempo em que as mortes aumentam. O impacto coletivo dessas tendências é o crescimento populacional mais lento. Essa tendência foi ampliada pela pandemia de COVID-19, resultando em um aumento populacional historicamente lento em 2021, conforme mostra a figura 2 abaixo.
O baixo crescimento demográfico atual é conjuntural, mas um decrescimento estrutural pode ocorrer na segunda metade do século XXI. De fato, cerca de 44% dos adultos abaixo de 50 anos e sem filhos dizem que não pretendem ter filhos, número superior a 37% em 2018. A queda da fecundidade é uma realidade, especialmente entre os países desenvolvidos.
Para a maioria dos adultos que consideram improváveis terem filhos (56%), a razão para não ter filhos era bem simples: eles simplesmente não querem. O restante do grupo disse ter outros motivos para não ter filhos:
1) Razões médicas: 19%;
2) Razões financeiras: 17%;
3) Não tem parceiro: 15%;
4) Idade ou idade do parceiro: 10%;
5) Estado do mundo: 9%;
6) Razões ambientais: 5%;
7) Parceiro
não quer filhos: 2%.
Em
audiência no dia 05/01/2022, o Papa Francisco lamentou que as famílias estejam
substituindo filhos por animais domésticos. Seguindo a linha da encíclica
Humanae Vitae, o papa voltou a criticar o chamado “inverno demográfico” e a
“dramática queda na taxa de natalidade” registrada em muitos países ocidentais,
convidando as pessoas a terem filhos, ou a adotá-los. Mas dificilmente os EUA e
os principais países evitarão um decrescimento populacional na segunda metade
do século XXI.
A tabela 1, abaixo, mostra os 10 estados com maior crescimento demográfico em 2020-21. Em termos percentuais, o aumento foi maior em estados pequenos como Idaho, Utah e Montana. Estados grandes com Texas e Flórida tiveram crescimento em torno de 1%.
A tabela 2, abaixo, mostra os 10 estados com maior decrescimento demográfico em 2020-21. Em termos percentuais, o maior decrescimento (-2,9%) ocorreu no Distrito de Columbia. Entre os grandes Estados, a maior queda percentual (-1,6%) ocorreu me New York. A Califórnia, o estado mais populoso do país, apresentou decrescimento de -0,7% no ano.
O menor crescimento demográfico dos EUA é uma boa notícia para o meio ambiente, pois o país possui um grande déficit ambiental, conforme mostra a figura abaixo. Em 1961 os EUA tinham uma biocapacidade de 942 milhões de hectares globais (gha) e uma pegada ecológica de 1,52 bilhão de gha. Ao longo das últimas décadas a situação se agravou e os EUA apresentaram biocapacidade de 1,1 bilhão de gha em 2017 e uma pegada ecológica de 2,6 bilhões de gha, com um déficit ambiental de 140%.
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