domingo, 27 de fevereiro de 2022

USA teve a menor taxa de crescimento demográfico de todos os tempos

Os EUA tiveram a menor taxa de crescimento demográfico de todos os tempos.

A pandemia da covid-19 aumentou as taxas de mortalidade e diminui as taxas de natalidade e a migração internacional dos Estados Unidos da América (EUA).

Desta forma, a população dos EUA cresceu a uma taxa mais lenta em 2021 do que em qualquer outro ano desde a fundação da nação. Com base em censos decenais históricas e estimativas populacionais anuais do Census Bureau, as estimativas populacionais mostram que a população cresceu apenas 0,1% em 2021, conforme mostra a figura 1 abaixo.
A taxa mais lenta de crescimento no século XX foi de 1918-1919 em meio à pandemia de influenza e à Primeira Guerra Mundial. O ano de 2021 é a primeira vez desde 1937 que a população dos EUA cresceu menos de um milhão de pessoas.

Em decorrência da transição demográfica, o crescimento populacional mais lento tem sido uma tendência nos EUA há vários anos, resultado da diminuição da fecundidade e da migração internacional líquida, combinada com o aumento da mortalidade devido ao envelhecimento da população.

Em outras palavras, desde meados de 2010, os nascimentos e a migração internacional líquida têm diminuído, ao mesmo tempo em que as mortes aumentam. O impacto coletivo dessas tendências é o crescimento populacional mais lento. Essa tendência foi ampliada pela pandemia de COVID-19, resultando em um aumento populacional historicamente lento em 2021, conforme mostra a figura 2 abaixo.

O baixo crescimento demográfico atual é conjuntural, mas um decrescimento estrutural pode ocorrer na segunda metade do século XXI. De fato, cerca de 44% dos adultos abaixo de 50 anos e sem filhos dizem que não pretendem ter filhos, número superior a 37% em 2018. A queda da fecundidade é uma realidade, especialmente entre os países desenvolvidos.

Para a maioria dos adultos que consideram improváveis terem filhos (56%), a razão para não ter filhos era bem simples: eles simplesmente não querem. O restante do grupo disse ter outros motivos para não ter filhos:

1) Razões médicas: 19%;

2) Razões financeiras: 17%;

3) Não tem parceiro: 15%;

4) Idade ou idade do parceiro: 10%;

5) Estado do mundo: 9%;

6) Razões ambientais: 5%;

7) Parceiro não quer filhos: 2%.

Em audiência no dia 05/01/2022, o Papa Francisco lamentou que as famílias estejam substituindo filhos por animais domésticos. Seguindo a linha da encíclica Humanae Vitae, o papa voltou a criticar o chamado “inverno demográfico” e a “dramática queda na taxa de natalidade” registrada em muitos países ocidentais, convidando as pessoas a terem filhos, ou a adotá-los. Mas dificilmente os EUA e os principais países evitarão um decrescimento populacional na segunda metade do século XXI.

A tabela 1, abaixo, mostra os 10 estados com maior crescimento demográfico em 2020-21. Em termos percentuais, o aumento foi maior em estados pequenos como Idaho, Utah e Montana. Estados grandes com Texas e Flórida tiveram crescimento em torno de 1%.

A tabela 2, abaixo, mostra os 10 estados com maior decrescimento demográfico em 2020-21. Em termos percentuais, o maior decrescimento (-2,9%) ocorreu no Distrito de Columbia. Entre os grandes Estados, a maior queda percentual (-1,6%) ocorreu me New York. A Califórnia, o estado mais populoso do país, apresentou decrescimento de -0,7% no ano.

O menor crescimento demográfico dos EUA é uma boa notícia para o meio ambiente, pois o país possui um grande déficit ambiental, conforme mostra a figura abaixo. Em 1961 os EUA tinham uma biocapacidade de 942 milhões de hectares globais (gha) e uma pegada ecológica de 1,52 bilhão de gha. Ao longo das últimas décadas a situação se agravou e os EUA apresentaram biocapacidade de 1,1 bilhão de gha em 2017 e uma pegada ecológica de 2,6 bilhões de gha, com um déficit ambiental de 140%.


Os EUA são o segundo país mais poluidor do mundo e uma redução do crescimento demográfico é uma boa notícia para o meio ambiente. A China (o maior poluidor mundial) deve começar um grande declínio populacional na atual década e deve perder mais de 400 milhões de habitantes até 2100. Um decrescimento demográfico nestes dois países, evidentemente não resolve todos os problemas ambientais, mas ajuda bastante na perspectiva de redução da pegada ecológica. (ecodebate)

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