O
dióxido de carbono (CO2) é o principal causador do fenômeno
conhecido como efeito estufa, responsável pelo aquecimento global. O combate às
mudanças climáticas passa necessariamente pela contenção das emissões de gases
que causam os danos à atmosfera. O Brasil está entre os países que mais emitem
CO2 no mundo devido ao desmatamento.
Para
entender esse processo, é preciso voltar às aulas de biologia. Uma das etapas
da fotossíntese consiste na retirada de CO2 da atmosfera. “As
árvores, assim como os seres vivos em geral, são formadas em boa parte por
carbono", diz Edenise Garcia, diretora de ciências da ONG The Nature
Conservancy (TNC). "A quantidade de carbono chega, em média, a 50% da
biomassa dos vegetais".
O
CO2 se manifesta naturalmente no ambiente, mas também pode ser
liberado pelas atividades humanas - em especial àquelas ligadas ao uso de
combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. “Em grandes
quantidades, o CO2 provoca, junto com outros gases, o chamado
efeito estufa", explica Edenise. "O calor que entra na atmosfera
terrestre fica aprisionado, o que causa o gradual aquecimento do planeta".
Ao
"consumir" CO2 da atmosfera, as árvores diminuem a
concentração do composto químico. A perda florestal, portanto, favorece o
acúmulo do gás. Mas, não apenas isso. O desmatamento e as queimadas têm efeito
inverso e liberam quantidades enormes de CO2.
Uma
das grandes preocupações em relação à floresta amazônica é a capacidade do
ecossistema para continuar absorvendo CO2 e o risco de ele vir a se
tornar uma nova fonte de emissão de gases. Em 2020, um artigo na revista
científica Nature sobre as dinâmicas do sequestro de carbono de áreas de
florestas tropicais virgens da África e da Amazônia, mostrou que, do lado de cá
do Atlântico, a remoção de CO2 vem caindo rapidamente por 30 anos
até 2015.
No
continente africano, esse processo vem se mantendo estável. Segundo o trabalho,
as florestas tropicais virgens atingiram o pico de remoção de carbono da
atmosfera na 1990. Ao longo do tempo, por causa da interferência das atividades
humanas, esses ecossistemas podem emitir mais carbono do que conseguem remover.
Com o Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países, governos se comprometeram a assumir compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e manter o aumento da temperatura média global em 1,5ºC até 2100. O Brasil, signatário do tratado, se comprometeu a atingir o desmatamento ilegal zero até 2030.
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