Em sua 4ª edição, a Pesquisa
Viver em SP: Meio Ambiente apresenta a percepção da população paulistana acerca
de diferentes aspectos relacionados ao tema, como os maiores problemas
ambientais que afligem a cidade, seu grau de preocupação em relação às mudanças
do clima e as medidas mais efetivas para combatê-las.
O levantamento realizado pela
Rede Nossa São Paulo, em parceria com o IPEC Inteligência, também abordou o
papel da ação humana na piora dos problemas ambientais locais.
Os dados indicam que os
paulistanos compreendem que as ações humanas são as maiores causadoras dos
problemas ambientais e que já percebem efeitos negativos destes em sua
qualidade de vida, constatação de ¾ dos entrevistados. Merece destaque também
uma maior percepção de que é necessária uma articulação entre políticas
municipais, estaduais e federais para dar conta dos desafios ambientais da
cidade de São Paulo (86%). O índice chega a 93% na região central da cidade.
Confira mais destaques:
Questões ambientais na cidade
de São Paulo
Em continuidade aos dados de
2021, a poluição do ar, dos rios e as enchentes permanecem como os problemas
ambientais mais percebidos pela população. Dentre os nove itens avaliados,
estes são mencionados por 57%, 57% e 42% das pessoas, respectivamente.
Analisando os dados por região,
na comparação com o total da amostra, nota-se que a poluição do ar é mais
percebida na Região Norte, a poluição dos rios é mais citada na Região Oeste e
Centro, enquanto as enchentes ganham destaque para uma maior parcela os
habitantes da Região Leste.
69% acreditam que os problemas
ambientais de São Paulo são causados pelas ações humanas, percentual que chega
a 80% na Região Norte da amostra geral afirma acreditar que são causados tanto
pela ação humana, quanto por mudanças naturais.
Apesar do recuo em relação à 2021, 52% dos paulistanos continuam indicando que o aumento de doenças cardiorrespiratórias são as principais consequências individuais dos problemas ambientais da cidade. 44% dos entrevistados citam ainda o aumento na ocorrência de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Os responsáveis pelo combate aos problemas ambientais
Para a população paulistana, as
três esferas do governo têm responsabilidade na busca por soluções para os
problemas ambientais da cidade — governo municipal apontado por 88%; governo
estadual por 87% e governo federal por 85% dos participantes da pesquisa. Para
mais da metade destes, as empresas e indústrias (69%) e a população de maior
renda (53%) têm muita responsabilidade na busca por soluções para os problemas
ambientais.
Pensando nas soluções
ambientais, a despoluição dos rios e córregos foi apontada por 41% dos
entrevistados como medida mais eficiente, enquanto 36% citou uma maior
fiscalização e aplicação de multas pelo Poder Público sobre o lançamento de
esgotos nos rios e nos córregos de São Paulo.
Preocupados com as
consequências dos problemas ambientais, 83% acreditam que seus impactos
contribuirão para a falta de alimentos básicos, água, energia, etc; enquanto
81% enxergam ainda maiores riscos para a população mais pobres, os moradores de
periferias e aqueles em situação de rua.
Aquecimento global e mudanças
climáticas
Tema em alta por todo o mundo,
as mudanças do clima também já estão na pauta dos paulistanos. ¾ dos moradores
de São Paulo sentem que as mudanças climáticas afetam muito sua qualidade de
vida (índice chega a 79% no Centro) e 68% declaram ter muita preocupação com o
tema, um aumento de 6 pontos em relação ao último levantamento.
A percepção de que existem
problemas efetivos em decorrência da crise ambiental, como as mudanças
repentinas de temperatura, extinção de florestas, alagamentos/enchentes e a
baixa umidade do ar, são citados por cerca de quatro em cada dez moradores da
capital paulista. 76% afirmam ainda que o Brasil está perdendo credibilidade
internacional por sua atuação em relação ao combate às mudanças do clima e ao
aquecimento global.
4 em cada 10 entrevistados
apontou ações relacionadas à preservação das florestas e áreas verdes como as
ações mais efetivas para combater as mudanças climáticas, seguindo de perto
pelo plantio de árvores (39%). Em proporção semelhante, a falta de recursos
financeiros e de incentivo à instalação de sistemas de energia renovável seriam
as principais barreiras para que a população contribua para a diminuição dos
efeitos do aquecimento global (42% e 41%).
Analisando os dados por região da cidade, no Centro a principal barreira apontada foi a falta de um bom sistema de transporte público, enquanto na Região Oeste o destaque é para a ausência de coleta seletiva e na Zona Norte a maior parte dos entrevistados citou incentivos à indústria para a produção de embalagens menos poluentes.
Metodologia
A pesquisa foi realizada entre
os dias 04 e 28/12/2021. Foram 800 entrevistas online e domiciliares com
questionário estruturado e o público foram pessoas maiores de 16 anos que moram
na cidade de São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou
para menos. A série histórica da pesquisa Viver em São Paulo: Meio Ambiente
pode ser conferida no Link. (ecodebate)
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