As altas temperaturas
marcadas recentemente nos termômetros da Europa chamaram a atenção de todo o
planeta. São números históricos, que ultrapassaram os 40ºC em diversas cidades
e chegaram a modificar o funcionamento de aeroportos e estações de trem. No
Reino Unido, por exemplo, a principal linha da Costa Leste chegou a ter sua
circulação suspensa por conta do calor extremo, pois o calor poderia expandir
os trilhos e tornar o transporte inseguro. E o Aeroporto de Luton, em Londres,
precisou suspender seus voos por alguns dias, após as temperaturas danificarem
as pistas.
O calor extremo também causou incêndios em diversos países da região, como Espanha, Portugal, França, Itália, Grécia e o próprio Reino Unido. Com o fogo, também se agrava a seca. Um levantamento do Observatório Europeu da Seca (EDO) apontou que, em agosto, 47% da União Europeia estavam em risco de seca, com 17% da área em estado de alerta, e prejuízos para a vegetação e as colheitas agrícolas. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão de ciência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), explicou que aquele foi o período mais quente da história dos últimos 125 mil anos.
Este cenário deixa cada vez mais claro que os efeitos do aquecimento global estão cada vez mais recorrentes e intensos, causando danos severos. “Com certeza o aquecimento global está relacionado às ondas de calor e outras alterações de temperatura do planeta. Por exemplo, os fatores relativos ao Efeito Estufa com a grande quantidade de CO2 na atmosfera, atrelados à grande emissão de combustíveis fósseis”, diz a professora Carla Suelânia, mestre em Geografia e docente dos cursos de Engenharia do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco).
Além disso, a Europa está
passando por um fenômeno chamado de sistema de alta pressão atmosférica. Esses
sistemas se deslocam de acordo com a estação do ano, principalmente inverno e
verão, como são dispersores de ar, não ocorre a formação de nuvens em seu
centro. “Esse sistema de alta pressão vem persistindo na região, proporcionando
um tempo seco, um céu com poucas nuvens e sem chuva. Devido a insistência dele,
é causada uma área de bloqueio, ou seja, impedindo que as frentes frias cheguem
até a Europa, consequentemente ocorre a elevação da temperatura”, afirma Carla.
Toda essa situação, de acordo com especialistas, irá se repetir ao longo dos próximos anos e pode, em longo prazo, causar problemas à população. Os países europeus não possuem estrutura para aguentar o calor intenso, por exemplo, metrôs e ônibus não têm ar condicionado, além disso, a população é composta por um grande número de idosos, que não estão acostumados com o calor e mudanças drásticas de temperatura.
No futuro, de acordo com Carla Suelânia, a população poderá sofrer com desidratação, insolação e, em alguns casos, a morte será inevitável. “São necessárias medidas urgentes, para que os danos e emissão de poluentes sejam reduzidos, visando o futuro do planeta”. (ecodebate)
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