Esta notícia divulgada no
bicentenário da Independência deve servir de consideração para as reflexões
sobre o futuro do Brasil.
O gráfico abaixo mostra que o
IDH no Brasil e do mundo entre 1990 e 2021. Há 30 anos, o IDH do Brasil era de
0,613 e do mundo de 0,601. Nos 25 anos seguintes a diferença aumentou em favor
do Brasil que chegou em 2015 com IDH de 0,753 para um IDH global de 0,724.
Porém, o nível de desenvolvimento humano ficou estagnado no Brasil desde meados
da década passada e o IDH de 0,754 em 2021 é semelhante ao IDH de 2015 e pouco
maior do que o de 2012.
Com a pandemia da covid-19 e a recessão econômica de 2020, o Brasil recuou 6 anos e está estagnado nos últimos 10 anos. O mundo também apresentou queda entre 2019 e 2021, mas o IDH global de 0,732 em 2021 é maior do que o de 2015. Portanto, a vantagem do Brasil se estreitou em relação ao IDH mundial. O Brasil caiu três posições entre 2019 e 2021 e encontra-se em 87º lugar no ranking global. Em 2014 o Brasil estava em 75º lugar.
O gráfico abaixo mostra que, em 1990, o Brasil tinha um IDH de 0,610, bem superior ao IDH chinês de 0,484. Mas ao longo das últimas 3 décadas o avanço do desenvolvimento humano foi mais rápido na China, sendo que o Brasil apresentou declínio entre 2019 e 2021 e a China continuou apresentando avanços. A China ultrapassou o Brasil em 2020 e com IDH de 0,768 em 2021 ganhou 3 posições e atingiu o 79º lugar no ranking global em 2021.
O gráfico abaixo mostra o IDH do Chile, Brasil e Venezuela. Nota-se que, em 1990, o Chile, com 0,706 já estava à frente da Venezuela (0,659) e do Brasil (0,610). Todos os 3 países tiveram ganhos até 2015 e a ordem entre eles se manteve. Mas, desde meados da década passada, o Brasil estagnou entre 2015 e 2021, a Venezuela retrocedeu e somente o Chile continuou sendo o país da América do Sul com o IDH mais elevado do continente.
O Chile lidera a América Latina, com IDH de 0,855, em 42º lugar no ranking global em 2021. Em seguida aparecem Argentina, em 47º (0,842); Costa Rica (58º), Uruguai (58º), Panamá (61º), República Dominicana (80º), Cuba (83º), Peru em 84º (0,762) e Brasil em 87º lugar. Em seguida aparecem Colômbia em 88º (com 0,752), Equador (95º), Paraguai (105º), Bolívia (118º), Venezuela (120º), El Salvador (125º), Nicarágua (126º), Guatemala (135º), Honduras (137º) e Haiti (163º).
Em 2021, os países da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentaram
média de IDH de 0,899. Em seguida aparecem a Europa e Ásia Central (com 0,796),
os países da América Latina e Caribe (0,754), os países do Leste asiático e
Pacífico (0,749), os países Árabes (0,708), os países do Sul da Ásia (0,632) e,
por fim, os países da África Subsaariana (com 0,547).
Pela primeira vez em 3
décadas, o Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro caiu em função,
principalmente, dos impactos negativos da pandemia da covid-19. O IDH caiu no
Brasil, no mundo e em diversos países. Mas a queda da expectativa de vida
brasileira foi enorme e reflete os equívocos do governo Federal que tratou a
emergência sanitária como se fosse uma gripezinha e sabotou as medidas de
prevenção e de cuidado com os doentes.
A queda do IDH brasileiro pode ser colocada na conta dos equívocos da política de saúde de um governo caracterizado por muitos como genocida.
Mas a queda não foi generalizada e países como China, Austrália, Coreia do Sul e Japão apresentaram ganhos entre 2019 e 2021. Espera-se que o IDH global volte a crescer em 2022. Mas a Agenda 2030 da ONU está cada vez mais inviabilizada, pois está cada vez mais difícil atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até o final da atual década. (ecodebate)
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