sábado, 1 de julho de 2023

Impactos dos eventos climáticos extremos na biodiversidade

Mudanças climáticas extinguirão principalmente espécies endêmicas.

Os eventos climáticos extremos estão impactando a biodiversidade e os ecossistemas em todo o mundo, com consequências que afetam tanto a natureza quanto os seres humanos.

Aquecimento global está intensificando os eventos climáticos extremos, colocando em risco a vida de muitas espécies e ecossistemas, além de afetar a prestação de serviços ambientais que beneficiam a humanidade. É urgente a necessidade de os países reduzirem as emissões de gases de efeito estufa e investirem em ações de conservação e restauração de ecossistemas para evitar uma crise ambiental ainda maior.

Os eventos climáticos extremos, como secas, enchentes, ondas de calor e furacões, estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos devido ao aquecimento global causado pelas emissões de gases de efeito estufa. Esses eventos têm consequências devastadoras para a vida na Terra, afetando tanto os seres humanos quanto a biodiversidade.

A biodiversidade é a variedade de formas de vida que existe no planeta, desde as espécies mais conhecidas até as ainda não descobertas pela ciência. A biodiversidade é essencial para o equilíbrio dos ecossistemas e para a prestação de serviços ambientais que beneficiam a humanidade, como a produção de alimentos, água, oxigênio, medicamentos e regulação do clima.

No entanto, a biodiversidade está ameaçada pela crise climática, que amplia outros fatores de estresse provocados pela ação humana, como o desmatamento, a poluição, a invasão de espécies exóticas e a exploração excessiva dos recursos naturais. Segundo o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os impactos das mudanças climáticas na natureza são maiores do que o avaliado anteriormente e podem levar à extinção de muitas espécies e à perda irreversível de ecossistemas.

De acordo com o relatório, um nível de aquecimento global de 2°C até 2100 coloca até 18% de todas as espécies em terra sob alto risco de extinção. Além disso, os ecossistemas marinhos também sofrem com o aumento da temperatura da água, a acidificação dos oceanos e a redução do oxigênio dissolvido. Os recifes de coral, por exemplo, que abrigam cerca de 25% de toda a vida marinha, podem desaparecer quase completamente se o aquecimento global ultrapassar 1,5°C.

Os eventos climáticos extremos também podem provocar mudanças abruptas e irreversíveis nos ecossistemas, chamadas de pontos de inflexão. Por exemplo, uma seca prolongada pode transformar uma floresta tropical em uma savana ou um deserto. Essas mudanças podem comprometer a capacidade dos ecossistemas de se adaptarem às alterações climáticas e de fornecerem os serviços ambientais que sustentam a vida.

Um relatório da ONG Christian Aid, publicado em dezembro de 2021, identificou 10 eventos extremos que ocorreram no ano passado e que provocaram mortes, deslocamentos e prejuízos bilionários em diferentes regiões do planeta. Entre eles, estão o furacão Ida, que atingiu os Estados Unidos em agosto, as enchentes na Europa em julho, o ciclone Yaas, que devastou a Índia e Bangladesh em maio, e a seca do Rio Paraná, que afetou Argentina, Brasil e Paraguai.

Esses eventos têm impactos diretos e indiretos nos ecossistemas, alterando o equilíbrio ecológico, reduzindo a capacidade de adaptação das espécies, aumentando o risco de extinção e invasão biológica, afetando a produtividade primária e secundária, modificando os ciclos biogeoquímicos e alterando as interações entre os organismos.

Por exemplo, as ondas de calor podem causar estresse térmico nas plantas e nos animais, levando à redução do crescimento, da reprodução e da sobrevivência. As secas podem reduzir a disponibilidade de água e nutrientes para os organismos terrestres e aquáticos, afetando sua fisiologia, metabolismo e comportamento. As inundações podem provocar erosão do solo, perda de habitat, alteração da qualidade da água e aumento da transmissão de doenças. Os furacões podem destruir a vegetação, os recifes de coral, as zonas úmidas e outros ecossistemas costeiros, que são importantes para a proteção da linha de costa, a regulação do clima e o abrigo da biodiversidade.

Os ecossistemas são essenciais para o bem-estar humano, pois fornecem serviços como regulação do clima, purificação da água, polinização, controle de pragas, produção de alimentos, fibras e medicamentos, recreação e cultura. A perda ou degradação dos ecossistemas pode comprometer esses serviços e gerar consequências socioeconômicas negativas para as populações que dependem deles.

Diante desse cenário alarmante, é urgente que os países tomem medidas efetivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris. Além disso, é preciso investir em ações de conservação e restauração da biodiversidade, aumentando a resiliência dos ecossistemas e das espécies aos eventos climáticos extremos.

A biodiversidade é um patrimônio da humanidade e um recurso vital para o nosso bem-estar e desenvolvimento sustentável. (ecodebate)

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