Um novo estudo
descobriu que as políticas climáticas atuais deixarão mais de um quinto da
humanidade exposta a temperaturas perigosamente altas até 2100.
O estudo, publicado
na revista Nature Sustainability, descobriu que se o aquecimento global
aumentar 2,7 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais, cerca de 2
bilhões de pessoas estarão vivendo em áreas onde as temperaturas médias anuais
ultrapassarão 29 graus Celsius.
Essas temperaturas
são consideradas perigosas porque podem levar a uma série de problemas de
saúde, incluindo insolação, doenças cardíacas e pulmonares e morte.
O estudo também
descobriu que as pessoas que vivem em áreas pobres e rurais são mais propensas
a serem afetadas pelas mudanças climáticas.
O estudo é um forte lembrete da necessidade de tomar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas. Se não tomarmos medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, os impactos do aquecimento global serão cada vez mais severos.
Calor extremo e seca: combinação que pode atingir mais de 90% da população.
Imagina quase 100% da
população mundial sofrendo com os efeitos de eventos extremos de calor e seca.
Imagina agora então, o que a desigualdade social pode provocar neste caso.
O que o estudo diz
O estudo, liderado
por pesquisadores do Global Systems Institute da Universidade de Exeter e da
Universidade de Nanjing, avaliou o que aconteceria com o número de pessoas que
vivem fora do “nicho climático” no qual nossa espécie prosperou. O nicho
climático é definido como as temperaturas médias anuais entre 13°C e 27°C.
O estudo descobriu
que cerca de 60 milhões de pessoas já estão expostas ao calor perigoso. Com 2,7°C
de aquecimento global, dois bilhões de pessoas – 22% da população projetada
para o final do século – estariam expostas a isso.
O estudo também descobriu que as emissões ao longo da vida de 3,5 cidadãos globais médios hoje – ou apenas 1,2 cidadãos dos EUA – expõem uma futura pessoa a um calor perigoso. Isso destaca a desigualdade da crise climática, pois essas futuras pessoas expostas ao calor viverão em lugares onde as emissões atuais são cerca de metade da média global.
População vulnerável submetida a ondas do calor cresceu em todo mundo.
O estudo também
descobriu:
• A exposição ao
calor perigoso começa a aumentar dramaticamente em 1,2°C (logo acima do
aquecimento global atual) e aumenta em cerca de 140 milhões para cada 0,1°C de
aquecimento adicional.
• Assumindo uma
população futura de 9,5 bilhões de pessoas, a Índia teria a maior população
exposta a um aquecimento global de 2,7°C – mais de 600 milhões. A 1,5°C, esse
número seria muito menor, em cerca de 90 milhões.
• A Nigéria teria a
segunda maior população exposta ao calor com um aquecimento global de 2,7°C,
mais de 300 milhões. Com um aquecimento de 1,5°C, isso seria inferior a 40
milhões.
• A Índia e a Nigéria
já apresentam “pontos críticos” de temperaturas perigosas.
• A 2,7°C, quase 100%
de alguns países, incluindo Burkina Faso e Mali, estarão perigosamente quentes
para os humanos. O Brasil teria a maior área terrestre exposta ao calor
perigoso, apesar de quase nenhuma área exposta a 1,5°C. A Austrália e a Índia
também experimentariam aumentos maciços na área exposta.
A equipe de pesquisa – que incluiu o Potsdam Institute for Climate Impact Research, o International Institute for Applied Systems Analysis e as Universidades de Washington, Carolina do Norte, Aarhus e Wageningen – enfatiza que o pior desses impactos pode ser evitado por uma ação rápida para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Onda de calor atinge diversos países do hemisfério norte e capitais europeias registram cerca de 35°C.
Ondas de calor
extremo se tornam mais recorrentes e intensas: "Ninguém está isento do
aquecimento global".
Especialista alerta
que consequências das mudanças climáticas podem ser muito severas.
O que isso significa
para nós
Os resultados do
estudo são um alerta para a necessidade de tomar medidas urgentes para combater
as mudanças climáticas. Se não agirmos, o aquecimento global terá um impacto
devastador em bilhões de pessoas em todo o mundo.
Existem uma série de coisas que podemos fazer para combater as mudanças climáticas, como reduzir nossa dependência dos combustíveis fósseis, investir em energias renováveis e melhorar a eficiência energética. Também podemos apoiar políticas que promovam a ação climática.
Cada um de nós pode fazer a diferença na luta contra as mudanças climáticas. Ao tomar medidas, podemos ajudar a criar um futuro mais sustentável para todos. (ecodebate)
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