A gestão inadequada dos
resíduos de serviços de saúde (RSS) permanece um desafio persistente em muitos
países em desenvolvimento, principalmente devido à implementação das
legislações voltadas ao controle desses resíduos, que são relativamente
recentes.
Um dos principais obstáculos
para uma gestão e gerenciamento eficazes dos RSS é a falta de uma quantificação
precisa da geração de RSS, especialmente nos hospitais, que são grandes
geradores de resíduos. Portanto, é crucial obter indicadores precisos para
melhorar a gestão de resíduos nesses ambientes.
Dados gerados pelo artigo científico intitulado “Quantitative estimation of healthcare wastes generated by brazilian hospitals: A literature review” ainda são uma referência quando se propõe analisar a estimativa da quantidade de RSS gerados pelos hospitais brasileiros.
O artigo utilizou uma abordagem baseada em revisão sistemática da literatura, compilando estudos publicados que relataram as taxas de geração de RSS nos hospitais do Brasil. Os dados foram analisados levando em consideração a localização geográfica no Brasil, o período de estudo e a especialidade hospitalar.
Os resultados revelaram a
inclusão de 49 estudos que atenderam aos critérios estabelecidos, abrangendo um
total de 145 diferentes períodos de geração de resíduos em hospitais
brasileiros. A média estimada de geração de RSS foi de 2,97 (intervalo de
confiança de 95%: 2,57 – 3,42) kg/leito dia, 0,99 (IC 95%: 0,82 – 1,18)
kg/leito dia e 0,14 (IC 95%: 0,09 – 0,21) kg/leito dia, respectivamente, para o
total de RSS, resíduos infectantes e resíduos perfuro cortantes.
A análise dos dados revelou
um aumento significativo na geração de resíduos infectantes entre os períodos
de 2000-2009 e 2010-2019.
Além disso, observou-se uma diferença marginal nas taxas de geração entre as regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. Por outro lado, as taxas de geração de RSS por especialidade hospitalar não apresentaram diferenças estatisticamente significativas.
Esses novos dados indicam que a geração de RSS nos hospitais brasileiros é superior às estimativas anteriores, destacando a importância de uma gestão eficiente e sustentável desses resíduos. (ecodebate)
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