sexta-feira, 5 de julho de 2024

OMS registra queda da expectativa de vida

A OMS registra queda da expectativa de vida e na expectativa de vida saudável durante a pandemia.
Expectativa de vida cai com a pandemia da Covid

O relatório Estatísticas Mundiais de Saúde 2024 da Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou que a pandemia da COVID-19 reverteu a tendência de aumento secular na expectativa de vida ao nascer e na expectativa de vida saudável ao nascer (HALE, na sigla em inglês).

A pandemia eliminou quase uma década de progresso na melhoria da expectativa de vida em apenas dois anos. Entre 2019 e 2021, a expectativa de vida global caiu 1,8 ano, para 71,4 anos (voltando ao nível de 2012). Da mesma forma, a expectativa de vida saudável global caiu 1,5 ano, para 61,9 anos em 2021 (voltando ao nível de 2012). O gráfico abaixo mostra os números da expectativa de vida para homens e mulheres entre 2000 e 2021.

A expectativa de vida ao nascer refere-se à média de anos que uma pessoa pode esperar viver a partir do seu nascimento, assumindo que as taxas de mortalidade observadas para cada faixa etária no momento do nascimento permanecerão constantes ao longo da sua vida. Esse indicador é amplamente utilizado para avaliar a saúde geral de uma população e as condições socioeconômicas de um país. Os fatores que Influenciam a Expectativa de Vida ao Nascer são:

• Condições de Saúde: Acesso a cuidados médicos de qualidade e avanços na medicina aumentam a expectativa de vida.

• Saneamento Básico: Acesso a água potável e saneamento básico adequado reduzem doenças infecciosas e aumentam a longevidade.

• Segurança: Áreas com menos violência e acidentes tendem a ter maior expectativa de vida.

• Nível de Educação: Populações com maior nível educacional tendem a ter melhores hábitos de saúde e maior acesso a informações.

• Renda: Renda mais alta geralmente está associada a melhores condições de vida e maior acesso a serviços de saúde e de cuidado.

A expectativa de vida saudável (HALE), também conhecida como expectativa de vida livre de incapacidade, refere-se ao número de anos que uma pessoa pode esperar viver com boa saúde, sem limitações graves em suas atividades cotidianas devido a problemas de saúde. Este indicador é crucial para entender não apenas quanto as pessoas vivem, mas como vivem, medindo a qualidade de vida em termos de saúde. Os fatores que Influenciam na Expectativa de Vida Saudável são:

• Estilo de Vida: Hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, exercícios regulares, e abstinência de tabaco e álcool, são determinantes.

• Prevenção e Controle de Doenças: Programas de vacinação, controle de doenças crônicas e infecções desempenham um papel fundamental.

• Ambiente Social e Físico: Comunidades seguras, apoio social e ambientes que promovem a saúde mental e física são essenciais.

• Acesso a Serviços de Saúde: A disponibilidade de serviços de saúde preventivos e de tratamento de alta qualidade é vital.

• Políticas Públicas: Políticas de saúde eficazes e suporte governamental em áreas como nutrição, saúde mental e bem-estar geral.

Pandemia de Covid-19 reduz expectativa de vida do brasileiro em quase dois anos

Enquanto a expectativa de vida ao nascer mede a sobrevivência do berço ao túmulo, a expectativa de vida saudável foca na qualidade de vida de todo o ciclo de sobrevivência. Em muitos países, as pessoas vivem mais tempo, mas nem sempre esses anos adicionais são vividos com boa saúde. A diferença entre os dois indicadores pode revelar disparidades no acesso a cuidados de saúde, diferenças em políticas públicas e a eficácia de programas de saúde preventiva para uma boa longevidade.

Os governos e as organizações de saúde utilizam esses indicadores para planejar e implementar políticas de saúde pública. Melhorar a expectativa de vida saudável requer um enfoque holístico que inclua melhorias na educação, renda, segurança, acesso a serviços de saúde de qualidade e promoção de estilos de vida saudáveis. Ao direcionar esforços para essas áreas, é possível não só aumentar a longevidade, mas também garantir que esses anos adicionais sejam vividos com saúde e qualidade.

Antes da pandemia, a esperança de vida e a HALE aumentaram em todas as regiões e nos grupos de rendimento dos países. Os maiores ganhos foram observados em ambientes com poucos recursos, incluindo a Região Africana (ganho de 11,2 anos na esperança de vida e ganho de 9,8 anos na HALE) e a Região do Sudeste Asiático (ganho de 7,3 anos na esperança de vida e ganho de 6,5 anos em HALE); e em países de baixo rendimento (ganho de 10,6 anos na esperança de vida e ganho de 9,3 anos na HALE).

As populações dos países de rendimento elevado e médio-alto continuam a viver vidas mais longas e saudáveis do que as dos países de rendimento baixo e médio-baixo. No entanto, o ritmo de melhoria nos países de rendimento elevado estagnou desde 2010, com apenas um aumento de 1,1 ano na esperança de vida e um aumento de 0,6 anos na HALE em 2010-2019, menos de um terço dos aumentos nos países de baixo rendimento. Ou seja, continua existindo desigualdades na expectativa de vida, mas há um esperançoso processo de convergência entre as regiões e os grupos de renda.

Os dados mais recentes da Divisão de População da ONU mostram que a expectativa de vida ao nascer já recuperou os níveis pré pandêmicos em 2023. Contudo, existe um grande desafio pela frente que são as crises climáticas e ambientais. Os desastres provocados pelas enchentes do Rio Grande do Sul estão impactando os níveis de mortalidade e morbidade, afetando negativamente tanto a expectativa de vida ao nascer, quanto a expectativa de vida saudável (HALE) no sul do país. Para melhorar a expectativa de vida humana, vamos precisar garantir a qualidade de vida ecológica e a estabilidade do clima global. (ecodebate)

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