Turbulência em voo da
Singapore Airlines: Mudanças climáticas aumentam risco?
De acordo com estudo,
concentração de gás carbônico tem ligação com o aumento de correntes de ar
instáveis.
Saiba como as mudanças
climáticas podem estar tornando as turbulências mais frequentes e severas, e
quais tecnologias podem ajudar a evitar futuros incidentes.
Em 20/05/24 uma forte
turbulência atingiu um avião da Singapore Airlines que ia de Londres para
Singapura, matando uma pessoa e ferindo mais de setenta.
O incidente, embora raro,
está levantando questionamentos, havendo suspeitas (quase certezas) de que as
mudanças climáticas irão tornar mais fortes e frequentes fatos como esses.
O avião sofreu uma queda
repentina de cerca de 1.800 metros, que lançou pessoas e objetos em direção ao
teto da cabine. A maioria dos voos experimenta algum nível de turbulência:
perto do solo, ventos fortes podem causar turbulência durante a decolagem ou o
pouso. Em altitudes mais elevadas, fluxos de ar ascendentes e descendentes
podem causar turbulência de diversas intensidades à medida em que os aviões
voam através ou perto delas – quando elas ocorrem fora das nuvens, são chamadas
“turbulência de céu claro”.
Pode levar algum tempo para que se descubra que tipo de turbulência causou o incidente da Singapore Airlines; pesquisadores dizem que havia uma tempestade por perto, mas as condições também eram favoráveis para turbulência de céu claro.
Avião da Singapore Airlines que passou por turbulência severa despencou 54 metros em quatro segundos, aponta investigação.
O voo SQ321 vinha de Londres,
e o incidente ocorreu faltando cerca de uma e meia para o pouso em Cingapura,
sendo necessário um desvio para um pouso não programado na Tailândia. Uma
pessoa morreu após o incidente.
As mudanças climáticas estão
tornando as turbulências mais frequentes e severas, diz o pesquisador Jung-Hoon
Kim da Universidade Nacional de Seul. Já uma equipe da universidade britânica
de Reading, coordenada pelo professor Paul Williams identificou que nos últimos
30 anos houve um aumento de 55% no número de turbulências de céu claro sobre o
Atlântico Norte.
Acredita-se que aumentos
semelhantes vêm sendo observados em todo o mundo, quase que certamente em
função das mudanças climáticas, que estão fortalecendo as correntes de jato
causadoras de turbulência. Correntes de jato são fluxos de ar intensos que se
formam na troposfera, a camada mais alta da atmosfera terrestre; esses fluxos
podem atingir 400 km/h e podem se estender por grandes distâncias e inclusive
acontecer em altitudes relativamente baixas.
Em outro estudo, Williams e
seus colegas concluíram que as turbulências de céu claro se tornam mais severas
e frequentes à medida em que as temperaturas se elevam. Kim e seus colegas
chegaram à mesma conclusão.
Os pilotos usam projeções de
turbulência para planejar rotas. Centros meteorológicos podem prever
turbulência com base em dados coletados por sensores terrestres e satélites e
comunicar previsões aos pilotos. No avião, os pilotos usam radar para
identificar nuvens de tempestade e evitá-las.
Mas o radar não pode detectar turbulência de céu claro, o que outra tecnologia, a LIDAR (Light Detection and Ranging) consegue fazer. Infelizmente essa tecnologia ainda é muito cara e os equipamentos que a compõem são muito grandes e pesados, inviabilizando por enquanto seu uso na aviação comercial.
Mudança climática está aumentando os casos de turbulência severa, afirmam cientistas.
Em maio/24, o fenômeno
atmosférico atingiu um voo operado pela Singapore Airlines, e resultou na morte
de um passageiro.
A expectativa é que sua
miniaturização e redução de custos torne padrão o uso dessa tecnologia; por
enquanto, vamos manter os cintos apertados. (ecodebate)
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