A pandemia eliminou quase uma década de progresso na melhoria da expectativa de vida em apenas dois anos. Entre 2019 e 2021, a expectativa de vida global caiu 1,8 ano, para 71,4 anos (voltando ao nível de 2012). Da mesma forma, a expectativa de vida saudável global caiu 1,5 ano, para 61,9 anos em 2021 (voltando ao nível de 2012). O gráfico abaixo mostra os números da expectativa de vida para homens e mulheres entre 2000 e 2021.
A expectativa de vida ao nascer refere-se à média de anos que uma pessoa pode esperar viver a partir do seu nascimento, assumindo que as taxas de mortalidade observadas para cada faixa etária no momento do nascimento permanecerão constantes ao longo da sua vida. Esse indicador é amplamente utilizado para avaliar a saúde geral de uma população e as condições socioeconômicas de um país. Os fatores que Influenciam a Expectativa de Vida ao Nascer são:
• Condições de Saúde: Acesso
a cuidados médicos de qualidade e avanços na medicina aumentam a expectativa de
vida.
• Saneamento Básico: Acesso a
água potável e saneamento básico adequado reduzem doenças infecciosas e
aumentam a longevidade.
• Segurança: Áreas com menos
violência e acidentes tendem a ter maior expectativa de vida.
• Nível de Educação:
Populações com maior nível educacional tendem a ter melhores hábitos de saúde e
maior acesso a informações.
• Renda: Renda mais alta
geralmente está associada a melhores condições de vida e maior acesso a
serviços de saúde e de cuidado.
A expectativa de vida
saudável (HALE), também conhecida como expectativa de vida livre de
incapacidade, refere-se ao número de anos que uma pessoa pode esperar viver com
boa saúde, sem limitações graves em suas atividades cotidianas devido a
problemas de saúde. Este indicador é crucial para entender não apenas quanto as
pessoas vivem, mas como vivem, medindo a qualidade de vida em termos de saúde.
Os fatores que Influenciam na Expectativa de Vida Saudável são:
• Estilo de Vida: Hábitos
saudáveis, como alimentação balanceada, exercícios regulares, e abstinência de
tabaco e álcool, são determinantes.
• Prevenção e Controle de
Doenças: Programas de vacinação, controle de doenças crônicas e infecções
desempenham um papel fundamental.
• Ambiente Social e Físico:
Comunidades seguras, apoio social e ambientes que promovem a saúde mental e
física são essenciais.
• Acesso a Serviços de Saúde:
A disponibilidade de serviços de saúde preventivos e de tratamento de alta
qualidade é vital.
Enquanto a expectativa de
vida ao nascer mede a sobrevivência do berço ao túmulo, a expectativa de vida
saudável foca na qualidade de vida de todo o ciclo de sobrevivência. Em muitos
países, as pessoas vivem mais tempo, mas nem sempre esses anos adicionais são
vividos com boa saúde. A diferença entre os dois indicadores pode revelar
disparidades no acesso a cuidados de saúde, diferenças em políticas públicas e
a eficácia de programas de saúde preventiva para uma boa longevidade.
Os governos e as organizações
de saúde utilizam esses indicadores para planejar e implementar políticas de
saúde pública. Melhorar a expectativa de vida saudável requer um enfoque
holístico que inclua melhorias na educação, renda, segurança, acesso a serviços
de saúde de qualidade e promoção de estilos de vida saudáveis. Ao direcionar
esforços para essas áreas, é possível não só aumentar a longevidade, mas também
garantir que esses anos adicionais sejam vividos com saúde e qualidade.
Antes da pandemia, a
esperança de vida e a HALE aumentaram em todas as regiões e nos grupos de
rendimento dos países. Os maiores ganhos foram observados em ambientes com
poucos recursos, incluindo a Região Africana (ganho de 11,2 anos na esperança
de vida e ganho de 9,8 anos na HALE) e a Região do Sudeste Asiático (ganho de
7,3 anos na esperança de vida e ganho de 6,5 anos em HALE); e em países de
baixo rendimento (ganho de 10,6 anos na esperança de vida e ganho de 9,3 anos
na HALE).
As populações dos países de rendimento elevado e médio-alto continuam a viver vidas mais longas e saudáveis do que as dos países de rendimento baixo e médio-baixo. No entanto, o ritmo de melhoria nos países de rendimento elevado estagnou desde 2010, com apenas um aumento de 1,1 ano na esperança de vida e um aumento de 0,6 anos na HALE em 2010-2019, menos de um terço dos aumentos nos países de baixo rendimento. Ou seja, continua existindo desigualdades na expectativa de vida, mas há um esperançoso processo de convergência entre as regiões e os grupos de renda.
Os dados mais recentes da Divisão de População da ONU mostram que a expectativa de vida ao nascer já recuperou os níveis pré pandêmicos em 2023. Contudo, existe um grande desafio pela frente que são as crises climáticas e ambientais. Os desastres provocados pelas enchentes do Rio Grande do Sul estão impactando os níveis de mortalidade e morbidade, afetando negativamente tanto a expectativa de vida ao nascer, quanto a expectativa de vida saudável (HALE) no sul do país. Para melhorar a expectativa de vida humana, vamos precisar garantir a qualidade de vida ecológica e a estabilidade do clima global. (ecodebate)
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