Durante a reunião Presidente
assumiu a meta ambiciosa e audaciosa para 2035 de reduzir as emissões de 59% a
67% comparado a 2005.
Lula pede metas climáticas
mais ambiciosas e que países ricos assumam responsabilidade
"Mesmo que não
caminhemos na mesma velocidade, todos podemos dar um passo a mais",
reforçou durante encontro do G20.
Brasil apresenta nova meta de reduzir emissões em 67% até 2035
Vista aérea mostra área de desmatamento na fronteira entre a Amazônia e o Cerrado, em Nova Xavantina, no Mato Grosso.
O governo brasileiro anunciou
em 08/11/24 a nova meta climática do país que será entregue na COP29
(Conferência das Nações Unidas sobre o Clima), que começou em 11/11/24, em
Baku, no Azerbaijão. O país assume o compromisso em reduzir suas emissões
líquidas de gases de efeito estufa de 59% a 67% em 2035, na comparação aos
níveis de 2005.
Isso equivale, segundo o
governo, a uma redução de emissões para alcançar os limites de 1.050 e 850
megatoneladas de gás carbônico equivalente em 2035. A meta do país para limitar
gases do efeito estufa é chamada de NDC (Contribuição Nacionalmente
Determinada).
Dados divulgados pelo Seeg (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa) do Observatório do Clima, rede de organizações ambientais voltadas ao combate da mudança climática, mostraram que o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa em 2023 (o número representa queda de 12% em relação ao ano anterior), mas o país se mantém em um patamar elevado. É o quinto maior emissor de gases estufa do mundo.
A principal frente do Brasil para tentar cumprir suas metas de redução de emissões é o combate ao desmatamento. Na Amazônia, apesar das quedas recentes, a seca histórica na região e outros fatores têm colocado a floresta em risco.
De janeiro a novembro deste
ano, por exemplo, foram registrados 123.361 focos de incêndio no bioma, segundo
dados do Inpe. O número representa um aumento de cerca de 48% no número de
queimadas em comparação com o mesmo período de 2023 (83.356).
Ao Estadão, o secretário
executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo
Capobianco, afirmou que, ainda que a NDC do Brasil esteja à altura do desafio,
é preciso um esforço conjunto. "Nossa nova meta para 2035 é bem mais
ambiciosa do que a meta de 2030 e nos coloca no rumo da neutralidade em
2050", disse. De acordo com Capobianco, o governo prepara planos setoriais
de mitigação para todas as áreas da economia.
Especialistas, no entanto, acharam que a nova meta climática ficou abaixo do necessário. "O número é muito fraco. Acho que nem o governo se orgulha deste número. Não condiz com a propaganda do governo de querer ser um líder da agenda climática. Para ser um líder, você precisa ter ambição e ousadia, e esse número não é ousado e muito menos ambicioso", disse Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Bruno Toledo Hisamoto, especialista em política climática internacional do Climainfo, também vê a NDC aquém do necessário. "Não é uma proposta positiva. Ela até representa um aumento de ambição em relação à NDC atual, mas está longe de estar alinhada à meta de 1,5ºC de aquecimento, que aliás batiza uma das iniciativas políticas da presidência brasileira para a COP-30. Se esse é o norte do Brasil, esse Norte não vai nos deixar mais próximo do 1,5ºC", disse. (uol)
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