Condições climáticas extremas
podem apoiar transição energética, aponta agência climática da ONU.
Em novo relatório divulgado
esta semana pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada a
Organização das Nações Unidas (ONU) em conjunto com a Agência Internacional de
Energia Renovável e o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus aponta que a
transição para fontes renováveis de energia está cada vez mais se baseando em
informações meteorológicas como forma de aproveitar as condições climáticas
extremas para a geração de eletricidade.
Um clima mais seco pode gerar
mais energia solar, impactos do fenômeno El Niño podem impulsionar a energia
eólica e padrões excepcionais de chuva podem ditar os rumos da produção de
energia hidrelétrica.
Segundo a agência, a integração de previsões climáticas no planejamento energético resulta em geração mais confiável de energia, ajuda a antecipar picos sazonais de demanda e fortalecer adaptação de infraestrutura.
O estudo conclui que esse tipo de estratégia é essencial para que o mundo atinja as metas de triplicar a capacidade de energia renovável e dobre a eficiência energética até 2030.
O relatório analisa 2023, um
ano que viu a transição de um fenômeno La Niña para um El Niño afetando as
principais variáveis climáticas para o setor de energia, como velocidade do
vento, radiação solar, precipitação e temperatura. Aquele foi o ano mais quente
já registrado, até que o recorde foi quebrado novamente em 2024.
Impulsionada por condições
mais secas e quentes do El Niño, a América do Sul experimentou um aumento de
3,9% no fator de capacidade solar fotovoltaica, levando a uma geração adicional
estimada de 3,5 TWh/ano da capacidade instalada de 50 GW da região.
Da mesma forma, o Leste
Asiático viu uma anomalia positiva de 4,1% na energia eólica, gerando cerca de
45 TWh de seus 420 GW de capacidade instalada em terra, com 95% disso observado
na China.
Os autores do estudo ressaltam que portfólios diversificados, combinando energia eólica, solar e hidrelétrica com tecnologias emergentes, como a geotérmica, são essenciais para mitigar o impacto da variabilidade climática.
Mudanças climáticas: não dá mais para esperar
Já temos pleno conhecimento
do tamanho da emergência climática. Devemos focar agora nas lacunas de
implementação de providências urgentes, em termos de financiamento, tecnologia
e capacidade de realização das ações na velocidade necessária.
(pv-magazine-brasil)
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