América Latina e o Caribe são
projetados para ter o maior envelhecimento populacional no século XXI. Este
fenômeno, impulsionado pelo aumento da expectativa de vida e pela redução das
taxas de fecundidade, está transformando a região, com implicações significativas
para políticas públicas e o desenvolvimento social e econômico.
Envelhecimento Populacional
na América Latina e Caribe:
Crescimento da População
Idosa:
A região está experimentando
um aumento acelerado no número de pessoas com 60 anos ou mais.
Desafios:
O envelhecimento populacional
traz desafios como a sustentabilidade dos sistemas de saúde, previdência e
assistência social, além de impactar a dinâmica do mercado de trabalho e a
estrutura familiar.
Fatores:
O envelhecimento populacional
é resultado de avanços na saúde, com redução da mortalidade e aumento da
expectativa de vida, combinado com a queda nas taxas de fecundidade.
Políticas Públicas:
É crucial que os países da
região desenvolvam políticas públicas que atendam às necessidades específicas
da população idosa, promovendo o envelhecimento ativo e saudável.
Impacto Econômico:
O envelhecimento populacional
pode levar a uma redução da População Economicamente Ativa (PEA), afetando o
crescimento econômico.
Exemplo:
O Brasil é um exemplo de país
com rápido envelhecimento populacional, com projeções de aumento significativo
no número de idosos entre 1950 e 2025.
Em resumo: A América Latina e o Caribe estão no centro de um processo de envelhecimento populacional sem precedentes, exigindo uma atenção especial às suas consequências sociais e econômicas.
Envelhecimento Populacional é um dos Principais Desafios da América Latina e do Caribe.
A América Latina e Caribe
(ALC) é a região que deve apresentar o maior envelhecimento populacional do
mundo, ao longo do século XXI.
Para 2100, a ALC terá uma
idade mediana de 49,1 anos, a Europa 48,6 anos, a Ásia 46,8 anos, América do
Norte 45,5 anos, Oceania 42,4 anos e África 35,1 anos.
Alguns países da ALC se
destacam, como pode ser visto pelo Índice de Envelhecimento (IE), que é uma das
principais medidas para avaliar a mudança da estrutura etária de uma população
e para mostrar a relação entre o topo e a base da pirâmide populacional.
O gráfico abaixo mostra o IE
((60+/0-14) *100) para o Brasil e outros países da região com os maiores
índices de envelhecimento. Em 2000, o IE do Brasil era de 26 idosos (60 anos e
mais) para cada 100 jovens (0-14 anos), deve passar para 200 no ano 2050 e
chegar a 323 em 2100. Ou seja, haverá 3,2 vezes mais idosos do que jovens (0-14
anos) no Brasil no final do atual século.
Em 2100, o Índice de Envelhecimento do Uruguai chegará a 401 idosos para cada 100 jovens. O IE deve chegar a 407 na Jamaica, 411 em Cuba, 490 no Chile e 807 em Porto Rico. Ou seja, haverá 8,1 vezes mais idosos do que jovens em Porto Rico no final do atual século.
As gerações prateadas de 50 anos e mais serão maioria no final do atual século em todos os países do gráfico. Porém, o envelhecimento populacional não deve ser visto como um problema irresolvível e nem os idosos devem ser tratados como “peso morto” para a sociedade.
O reconhecimento de que o
envelhecimento populacional é uma tendência inescapável do século XXI nos
obriga a sair da inércia.
As nações que conseguirem
antecipar e se adaptar a essa nova estrutura etária serão as mais bem-sucedidas
em promover o bem-estar de seus cidadãos, garantindo que a longevidade seja, de
fato, a grande conquista da humanidade, e não uma fonte de problemas.
A Economia Prateada é a
resposta adequada para esta nova realidade demográfica. Refere-se ao conjunto
de atividades econômicas e segmentos de mercado voltados para atender às
preferências, demandas e necessidades da população mais velha, especialmente
aquelas acima de 50 ou 60 anos. É um mercado em franca expansão globalmente,
movimentando trilhões de dólares e representando uma grande oportunidade para
empresas, empreendedores e a sociedade.
Como visto, Porto Rico está
enfrentando um dos mais profundos e rápidos processos de envelhecimento populacional
do mundo, impulsionado por uma combinação de fatores demográficos e
socioeconômicos. Este fenômeno tem implicações significativas para o futuro da
ilha, afetando sua economia, sistemas de saúde e estrutura social.
Historicamente, Porto Rico passou
por uma transição demográfica típica, com queda das taxas de mortalidade e,
posteriormente, das taxas de natalidade. No entanto, o que torna o caso
porto-riquenho particularmente notável é a intensidade e a velocidade desses
processos, agravadas por um fator adicional e crucial: a emigração em massa.
Porto Rico tem uma das taxas
de fecundidade mais baixas do mundo, com 0,98 nascimentos por mulher em 2019 e
0,94 filhos por mulher em 2024. Isso está muito abaixo da taxa de reposição
populacional de 2,1 filhos, o que significa que nascem muito menos crianças do
que o necessário para substituir a geração atual. Essa queda acentuada na
fecundidade tem raízes complexas, incluindo urbanização, acesso a métodos
contraceptivos e mudanças nos valores sociais.
Assim como em muitos países
desenvolvidos, Porto Rico tem visto um aumento constante na expectativa de
vida. Dados de 2024 indicam uma expectativa de vida média de 82 anos, com
mulheres vivendo mais (cerca de 85 anos) do que homens (78 anos). Esse avanço
na longevidade, embora seja um indicador positivo de saúde pública, contribui
para a proporção crescente de idosos na população.
A emigração em massa é o
fator mais crítico. Este é o motor mais potente e distintivo do envelhecimento
acelerado em Porto Rico. Décadas de dificuldades econômicas, a crise da dívida
e, mais recentemente, o impacto de desastres naturais como o furacão Maria
(2017) e terremotos, levaram a um êxodo massivo de porto-riquenhos para os
Estados Unidos.
A emigração é
desproporcionalmente composta por jovens e adultos em idade produtiva, em busca
de melhores oportunidades de emprego, educação e qualidade de vida. Isso
resulta em uma perda significativa da população jovem, deixando para trás uma
proporção cada vez maior de idosos. Em 2017, por exemplo, o número de
emigrantes atingiu picos, com dezenas de milhares de porto-riquenhos deixando a
ilha anualmente.
O fato dos porto-riquenhos serem cidadãos americanos facilita essa migração, tornando-a uma válvula de escape para as pressões econômicas, mas ao custo de um desequilíbrio demográfico acentuado.
América Latina está se preparando para envelhecer
Em 2050 a América Latina e
Caribe terão mais idosos. Chegar neste cenário será um processo demográfico
complexo e verdadeiro.
Região hoje de jovens terá
maior parte da população com mais de 60 anos a partir da metade do século.
As projeções indicam que a
população de Porto Rico continuará a diminuir e envelhecer nas próximas
décadas, com a população total estimada em cerca de 3,17 milhões em 2026. Este
cenário exige respostas multifacetadas e urgentes:
• Políticas de retenção e
atração: Esforços para reter a população jovem e atrair de volta
porto-riquenhos que emigraram, oferecendo oportunidades econômicas e melhor
qualidade de vida.
• Reforma da previdência e
saúde: Medidas para garantir a sustentabilidade dos sistemas de seguridade
social e saúde, possivelmente através de reformas estruturais e investimento em
modelos de cuidado mais eficientes.
• Aproveitamento da economia
da longevidade: Desenvolvimento de indústrias e serviços voltados para a
população idosa, aproveitando o poder de compra e as necessidades desse
segmento.
• Inovação e produtividade:
Investimento em tecnologia e automação para compensar a diminuição da força de
trabalho e aumentar a produtividade.
• Promoção do envelhecimento
ativo: Incentivo à participação de idosos no mercado de trabalho, em atividades
voluntárias e na vida comunitária, valorizando sua experiência e conhecimento.
O caso de Porto Rico serve como um alerta global sobre os desafios complexos que surgem quando o envelhecimento populacional é acelerado por fatores como a emigração em massa, adicionando uma camada extra de complexidade às transições demográficas observadas em outros países.
Fundo de População da ONU destaca inúmeros aspectos positivos do envelhecimento populacional para um país. (ecodebate)
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