O diretor de campanhas do Greenpeace no Brasil, Sérgio Leitão, classificou ontem a lei que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima de uma declaração de boas intenções. "Inventamos uma lei cujo cumprimento é voluntário", afirma Leitão. "É mais uma bobagem para o velho festival de besteira que assola o país.
"Ele considera um erro a decisão do presidente Lula de retirar a menção ao abandono paulatino de combustíveis fósseis. O diretor do Greenpeace pondera que os países desenvolvidos investem na substituição da matriz energética, enquanto o Brasil coloca suas esperanças no pré- sal.
"O Brasil costuma adotar um bom discurso no cenário internacional, como ocorreu na Dinamarca", considera Leitão. "Infelizmente, a prática não condiz com o discurso."
FUTURO
O conteúdo da lei sancionada constituiu um bom cartão de visitas na Conferência do Clima de Copenhague, há dez dias. Mas Leitão acredita que, no próximo ano, nas discussões durante a conferência que será celebrada na Cidade do México, o Brasil deverá mostrar algo mais do que boas intenções.
Em primeiro lugar, precisará apresentar números mais concretos de redução das emissões de carbono e um plano que demonstre a viabilidade real das metas. Depois, terá de mostrar - também com números - que o desmatamento ficou no passado.
Além disso, segundo Leitão, os bancos públicos de fomento deverão atuar de um modo mais incisivo na promoção de investimentos para tornar a matriz energética mais limpa.
O governo deverá também privilegiar as atividades de pesquisa voltadas a viabilizar uma economia de baixo carbono.
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