segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Atividade humana reduz estoques naturais de carbono na terra em 24%

Uma equipe liderada pelo geógrafo da LMU, Raphael Ganzenmüller, calculou que a influência humana reduziu os estoques naturais de carbono da terra em um total de 24% — o que corresponde a 344 bilhões de toneladas métricas de carbono.

Atividade humana reduz estoques naturais de carbono na terra em 24%, diz estudo.

Estudo revela perda de 344 bilhões de toneladas de carbono no solo por atividades humanas

Pesquisa quantifica que impacto do desmatamento e agricultura no ciclo global de carbono equivalente a 50 anos de emissões fósseis

Déficit representa 24% dos estoques naturais de carbono terrestre e aponta potencial da restauração ecológica para metas climáticas globais

Atividades humanas, como o desmatamento e a expansão de áreas agrícolas, têm um impacto enorme no estado natural dos ecossistemas. Como resultado, grandes quantidades de carbono são liberadas na atmosfera, contribuindo substancialmente para as mudanças climáticas antropogênicas.

Uma equipe liderada pelo geógrafo da LMU, Raphael Ganzenmüller, calculou que a influência humana reduziu os estoques naturais de carbono da terra em um total de 24% — o que corresponde a 344 bilhões de toneladas métricas de carbono.

Combinando dados de observação da Terra de alta resolução com dados históricos e atuais de uso do solo e aprendizado de máquina, a equipe criou uma estimativa global detalhada. Os pesquisadores também conseguiram demonstrar que a maior parte da perda é causada pela expansão de pastagens e terras agrícolas, bem como pelo manejo florestal.

“Nosso estudo revela o amplo impacto humano no ciclo global do carbono”, explica Raphael Ganzenmüller. “O déficit de 344 bilhões de toneladas métricas de carbono é comparável em tamanho às emissões globais de CO2 provenientes do carvão, petróleo e gás natural nos últimos 50 anos. Nossa abordagem fornece uma imagem clara de onde e como a vegetação e os solos foram degradados e pode ser usada como um indicador geral do estado dos ecossistemas”.

Julia Pongratz, Professora de Geografia Física e Sistemas de Uso do Solo na LMU, acrescenta: “Nosso estudo fornece insights importantes para a política climática. Por exemplo, os resultados podem ser usados para avaliar medidas de remoção de carbono. Além disso, eles ressaltam o grande potencial da restauração dos estoques de carbono na terra para atingir as metas climáticas globais”.

As descobertas são relevantes tanto para formuladores de políticas quanto para cientistas: elas fornecem uma base importante para priorizar a conservação e a restauração de sumidouros de carbono e oferecem oportunidades para melhorar os modelos climáticos existentes e suas projeções.

O déficit de carbono terrestre e os seus fatores determinantes

O déficit de carbono terrestre refere-se à diferença entre a quantidade de carbono que a natureza absorve e a quantidade que é liberada para a atmosfera devido a atividades humanas. O desmatamento e a expansão agrícola são os principais fatores que contribuem para esse déficit, liberando grandes quantidades de carbono para a atmosfera e reduzindo a capacidade da natureza de absorver esse gás.

Causas do déficit de carbono terrestre:

Desmatamento:

A remoção de árvores e vegetação libera o carbono armazenado na biomassa para a atmosfera, além de reduzir a capacidade de absorção de carbono da floresta.

Agricultura:

A conversão de áreas naturais em terras agrícolas, juntamente com práticas agrícolas inadequadas, pode liberar grandes quantidades de carbono para a atmosfera, além de reduzir a capacidade de sequestro de carbono do solo.

Queima de combustíveis fósseis:

Embora não seja diretamente relacionado ao carbono terrestre, a queima de combustíveis fósseis libera grandes quantidades de CO2 na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e as mudanças climáticas, que por sua vez podem afetar os ecossistemas terrestres e aumentar o déficit de carbono.

Consequências do déficit de carbono terrestre:

Mudanças climáticas:

O aumento da concentração de CO2 na atmosfera devido ao déficit de carbono terrestre intensifica o efeito estufa, levando ao aquecimento global e a mudanças climáticas extremas.

Impactos na biodiversidade:

As mudanças climáticas podem afetar a distribuição de espécies, habitats e ecossistemas, levando à perda de biodiversidade.

Impactos na agricultura:

O aumento da temperatura e mudanças nos padrões de chuva podem afetar a produção agrícola, com potenciais consequências para a segurança alimentar.

Possíveis soluções:

Restauração florestal:

Recomenda-se reflorestar áreas degradadas e proteger as florestas existentes para aumentar a capacidade de absorção de carbono.

Práticas agrícolas sustentáveis:

Adotar práticas agrícolas que reduzam as emissões de carbono, como o uso de sistemas agroflorestais e a redução do uso de fertilizantes.

Redução da queima de combustíveis fósseis:

A transição para fontes de energia renovável e a melhoria da eficiência energética são cruciais para reduzir as emissões de carbono.

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É importante ressaltar que o déficit de carbono terrestre é um problema complexo que requer ações coordenadas em diferentes níveis, desde a restauração de ecossistemas até a mudança de hábitos de consumo e a adoção de políticas públicas eficazes, de acordo com o Instituto Humanitas Unisinos - IHU. (ecodebate)

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