EUA já admitem
elevação da temperatura global superior a 2°C
Os Estados Unidos,
conhecidos por atravancarem ano após ano as negociações climáticas em suas
negativas de aceitarem metas para a redução de gases de efeito estufa,
conseguiram ficar numa situação ainda pior nesta semana.
O principal
negociador americano nas discussões de mudanças climáticas, o diplomata Todd
Stern, sugeriu que a temperatura global poderia subir mais que os 2°C
considerados limite para que o aquecimento global não seja ainda mais dramático
do que já é esperado. A temperatura já subiu 0,8°C.
O objetivo, proposto
por cientistas no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e
abraçado pela Organização das Nações Unidas, foi acordado pelos líderes de
quase 200 países presentes na Conferência do Clima de Copenhague, em 2009,
entre eles o presidente americano, Barack Obama.
Mas, na semana
passada, em evento no Dartmouth College (em Hanover, EUA), Stern sugeriu que o
novo acordo climático, previsto para ser estabelecido em 2015, permita que os
países tenham flexibilidade em “modificar e atualizar seus compromissos de
mitigação” dos gases-estufa. Em seguida, afirmou: “Este tipo de flexibilidade,
envolvendo acordos legal, pode não garantir que vamos alcançar o objetivo dos
2°C, mas insistir nessa estrutura que garantiria este objetivo, vai apenas nos
levar a um impasse”.
As críticas foram
imediatas, principalmente dos países europeus e nações insulares que temem
desaparecer diante da eventual elevação do nível do mar. “O que os líderes
prometerem (em Copenhague) deve ser entregue”, declarou Isaac Valero-Landron,
porta-voz do Comissariado Europeu para a Ação pelo Clima. “É chocante para nós
que este retrocesso no objetivo global ocorra enquanto as Filipinas sofrem
exatamente do tipo de desastre de extremo climático que vai se tornar mais
frequente e mais forte conforme a temperatura sobe”, afirmou Lidy Nacpil, diretora
do Jubile South, movimento do Pacífico sobre desenvolvimento. (EcoDebate)
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