Brasil ganha Plano Nacional contra desastres naturais
O governo lança hoje em Brasília o Plano Nacional de Gestão de Risco e
Respostas a Desastres Naturais, que vai liberar recursos para ações de
prevenção aos estragos causados nas cidades por deslizamentos de terra e
enchentes decorrentes de fenômenos climáticos intensos. Na ocasião, a
presidente Dilma Rousseff também anuncia a inauguração das novas instalações do
Centro Nacional de Gerenciamento de Risco e Desastres (CENAD), ligado à Defesa
Civil.
O Plano terá quatro eixos: um de prevenção, que
inclui obras em municípios mais vulneráveis, como drenagens. Outro de mapeamento,
que vai fazer o levantamento de áreas de risco onde podem ocorrer deslizamentos
e enchentes em cidade em todos os estados. O terceiro eixo é o de resposta, que
envolve socorro, assistência, evacuação de áreas. Já a quarta linha de atuação
é o fortalecimento do sistema de monitoramento de eventos climáticos.
12:30: Fim do evento
12:12: A presidente Dilma
Rousseff disse que o Plano é a capacidade do Brasil resistir ao desafio das
mudanças climáticas."Hoje é um dia especial porque estamos lançando um
plano que está a altura de um pais continental como o nosso de fazer face aos
desastres naturais", afirma. "Como seres humanos não controlamos a
natureza, mas podemos gerar planos para minimizar riscos e aumentar nossa
capacidade de lidar com o que não podemos controlar, encontrando soluções para
lidar com a força imensa da natureza".
Além de conhecer o que havia de melhor no mundo
para a criação do Plano, Dilma destacou as experiências trágicas que marcaram o
Brasil como determinantes. "Eu vivi e vi o desespero das autoridades do
Rio diante da tragédia na região serrana. Ao esmo tempo, assisti de um
helicóptero o deslizamento de uma montanha em Santa Catarina que, felizmente
não tinha um ser humano na área, mas que deslizou inteirinho. Foi com isso que
todos nó nos mobilizamos. A partir de agora, vamos prevenir ao invés de
remediar".
12: O governador do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral agradeceu em nome de todos os estados beneficiados pelos
recursos do novo Plano. "É com muita satisfação que vivemos esse momento
de tradução de investimentos tão importantes para salvar vidas. Creio que a
maior inspiração para a criação desse Plano saiu do laboratório da tragédia da
região serrana do Rio no ano passado. Vamos melhorar nossas cidades
assim".
11:40: Em seu discurso, o ministro
da Integração Nacional, Fernando Bezerra destacou que o país precisa ter uma
cultura de defesa civil. "Nos últimos 18 meses, já formamos mais de 20 mil
agentes de defesa civil. Queremos formar mais 10 mil agentes especializados e
treinar outros 4 mil agentes sociais, como associações comunitárias",
disse.
Bezerra pontuou que anualmente o Brasil gasta cerca de 1,6 bilhões de
reais em ações de assistência à população e reconstrução de cidades afetadas
por desastres naturais. "É esse quadro que estamos revertendo com o
lançamento Nacional de Gestão contra catástrofes naturais". Para criação
do Plano, o governo buscou inspiração em experiências internacionais, em países
como os EUA e a Austrália.
11:30: Ministro da Ciência,
Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp ressalta a importância do
monitoramento de 821 áreas sob risco de deslizamentos no país, como as regiões
serranas do Rio de Janeiro. Mais de 100 sensores de deslizamento de encostas
serão instalados, segundo ele, para aumentar o controle dos riscos em morros.
Em relação às ameaças de cheias e enchentes, o Brasil já tem monitorado 17
importantes rios de bacias hidrográficas sujeitas à elevação. "Com duas a
seis horas de antecedência, será possível alertar sobre a ocorrência de um
desastre", diz.
11:17 - Ministro das Cidades,
Aguinaldo Ribeiro falou sobre o eixo da prevenção. Segundo ele o plano tem um
diferencial, que é a integração entre diversos ministérios, que atuarão juntos
no enfrentamento à desastres. Nas cidades, nosso papel é trabalhar em parceria
com as prefeituras, em programas como Minha Casa Minha Vida, que já vem
contemplando áreas de risco. "O foco desse programa é a proteção da
vida", ressaltou. A escolha das áreas se pautou justamente nos índices de
desabrigados e mortos de eventos climáticos extremos. Dessa forma, identificamos
17 regiões metropolitanas prioritária, compreendendo mais de 170 municípios em
todo o Brasil. Serão 15,6 bilhões de reais investidos nessas regiões, em
sistemas de drenagens e obras de contenção de barragens e cheias.
10:50 - Anúncio da modernização do
Cenad, órgão responsável pelo gerenciamento de ações preventivas, bem como a
mobilização de recursos humanos para atuar durante a ocorrência de desastres
naturais. O centro passou uma reestruturação e modernização. A estrutura que
ocupava 70m² com pouco mais de 15 servidores hoje possui 600 m² com 77
especialistas, de meteorologistas a geólogos. Os alertas que chegam ao Cenad
são lançados pelo Cemaden, agente federal responsável por emitir alertas sobre
a ocorrência de eventuais desastres em locais que podem colocar a vida das
pessoas em risco. Juntos, os dois centros são os pilares do monitoramento.
"Essa é a conclusão da primeira etapa do desafio de modernizar a
capacidade de resposta antes das chuvas do verão 2012. Criamos um centro
moderno que reúne tecnologia de ponta que sirva de alerta à Defesa Civil",
disse o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do
Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seped/MCTI), Carlos Nobre.
(abril)
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