Segundo estimativas
da ONU, população mundial terá ultrapassado os 10 bilhões, e 23,6% dos
habitantes do planeta estarão acima dos 65 anos.
A população mundial
chegará a 7 bilhões de pessoas no fim de outubro, de acordo com as últimas
projeções das Nações Unidas. Pela primeira vez a ONU tentou fazer previsões tão
avançadas, apresentando um panorama para 2100, usando várias deduções de como
as taxas de mortalidade e fertilidade podem mudar ao longo dos anos. A média
dessas estimativas sugerem que a população global ultrapassará os 10 bilhões em
2085. Em 2100, 23% da população estará acima dos 65 anos. Em 2010 esse número
foi de 7,6%.
A maior parte do
crescimento populacional deve vir dos países em desenvolvimento. A população da
África passará de 1 bilhão em 2010 para 3,6 bilhões em 2100. Em 1950, 32% da
população mundial vivia nos atuais países ricos. Em 2100, esse número deverá
cair para 13%.
O gráfico abaixo
apresenta a população mundial divida por sexo e faixa etária, em 1950 e 2010, e
as estimativas para 2050 e 2100.
E O BRASIL
Com a maior parte da população em idade ativa, o Brasil
ganha oportunidade rara de acelerar o desenvolvimento
Os primeiros dados do Censo de 2010, divulgados pelo IBGE, confirmaram que o Brasil possui diante de si uma chance rara, daquelas que batem à porta uma única vez na vida, para acelerar o crescimento econômico e o desenvolvimento social. Os números revelaram que há no país 191 milhões de habitantes — ou, exatamente, 190.732.694. O dado mais relevante é que somos, pela primeira vez na história recente, uma nação cuja maior parcela de seus habitantes possui entre 20 e 29 anos de idade. Um em cada cinco brasileiros está nessa faixa etária. Em 2000, o predomínio era de quem tinha entre 10 e 19 anos. Essa mudança demográfica significa que o país contará, ao menos por duas décadas, com as condições propícias para elevar a produtividade. Disporá de uma população predominantemente adulta e em idade ativa, enquanto as crianças e os idosos (ou seja, as pessoas que dependem daqueles que trabalham) representarão um porcentual menor na população. É o chamado “bônus demográfico”, do qual já desfrutaram no passado nações que se tornaram ricas e desenvolvidas. A estrutura etária da população, que era uma pirâmide, passou a assumir a forma de uma gota.
Os primeiros dados do Censo de 2010, divulgados pelo IBGE, confirmaram que o Brasil possui diante de si uma chance rara, daquelas que batem à porta uma única vez na vida, para acelerar o crescimento econômico e o desenvolvimento social. Os números revelaram que há no país 191 milhões de habitantes — ou, exatamente, 190.732.694. O dado mais relevante é que somos, pela primeira vez na história recente, uma nação cuja maior parcela de seus habitantes possui entre 20 e 29 anos de idade. Um em cada cinco brasileiros está nessa faixa etária. Em 2000, o predomínio era de quem tinha entre 10 e 19 anos. Essa mudança demográfica significa que o país contará, ao menos por duas décadas, com as condições propícias para elevar a produtividade. Disporá de uma população predominantemente adulta e em idade ativa, enquanto as crianças e os idosos (ou seja, as pessoas que dependem daqueles que trabalham) representarão um porcentual menor na população. É o chamado “bônus demográfico”, do qual já desfrutaram no passado nações que se tornaram ricas e desenvolvidas. A estrutura etária da população, que era uma pirâmide, passou a assumir a forma de uma gota.
Os números do Censo mostraram que, nos últimos dez anos,
nasceram menos brasileiros do que as projeções recentes indicavam. Na última
década, a população cresceu a um ritmo anual de 1,17% (a taxa havia sido de
1,64% nos dez anos anteriores e de 2,89% nos anos 60). Ao mesmo tempo, a
expectativa de vida subiu para 73 anos e 2 meses. No início da década, eram 70
anos e 5 meses. A leitura que se faz desses dois fenômenos é que, daqui a duas
décadas, haverá menos brasileiros entrando no mercado para ajudar a bancar a
aposentadoria de um número crescente de idosos. Será um desafio que, hoje, já é
uma realidade do mundo rico. Afirma o economista Fabio Giambiagi, do BNDES,
coautor do livro Demografia: A Ameaça Invisível: “Os sinais são claríssimos.
Significa que sustentar a população idosa será um peso cada vez maior para os
adultos que estiverem no mercado de trabalho a partir de 2030”. Giambiagi
ressalta que as contas do governo não sofrerão abalo imediato se nada for feito
nos próximos quatro anos, mas lembra que o enfrentamento do déficit
previdenciário tem sido adiado sucessivamente por diferentes governos. Em
outras palavras, o país deverá aproveitar o atual bônus demográfico para
acelerar o crescimento e se preparar para o futuro, quando haverá tantos velhos
quantos jovens na população. Ou, como diria o economista Antonio Delfim Netto,
o Brasil corre o risco de ficar velho antes de ficar rico.
O Censo evidenciou também a tendência de avanço das cidades médias, especialmente no interior do país. Segundo Marco Antonio Alexandre, coordenador técnico do Censo, as metrópoles beiram o limite do crescimento populacional. Em contrapartida, municípios entre 100 000 e 2 milhões de habitantes aumentaram sua relevância. Diz Alexandre: “Fatores como o esgotamento das megacidades e o surgimento de novas chances de trabalho em municípios menores ajudam a entender o poder de atratividade do interior”. O avanço se concentrou nas regiões Norte e Centro-Oeste, as novas fronteiras do crescimento econômico e populacional do país. Sem relegar o progresso, esses novos polos de riqueza terão a oportunidade de não repetir os erros da tragédia urbana legada pela bolha populacional dos anos 60.
O Censo evidenciou também a tendência de avanço das cidades médias, especialmente no interior do país. Segundo Marco Antonio Alexandre, coordenador técnico do Censo, as metrópoles beiram o limite do crescimento populacional. Em contrapartida, municípios entre 100 000 e 2 milhões de habitantes aumentaram sua relevância. Diz Alexandre: “Fatores como o esgotamento das megacidades e o surgimento de novas chances de trabalho em municípios menores ajudam a entender o poder de atratividade do interior”. O avanço se concentrou nas regiões Norte e Centro-Oeste, as novas fronteiras do crescimento econômico e populacional do país. Sem relegar o progresso, esses novos polos de riqueza terão a oportunidade de não repetir os erros da tragédia urbana legada pela bolha populacional dos anos 60.
DADOS DO CENSO POR ESTADO BRASILEIRO
Envelhecimento da população
duplicará gasto social
A transformação
demográfica do país, com o aumento da expectativa de vida e da parcela de
idosos na população, vai duplicar os gastos públicos na área social até o ano
de 2030.
Ao final da próxima
década, os maiores de 40 anos --hoje, menos de um terço-- serão quase metade
dos brasileiros; já os maiores de 60 saltarão de um décimo para um quinto do
total.
União, Estados e
municípios terão que arcar com a conta do envelhecimento que vai gerar mais
encargos com aposentadorias, pensões, assistência social e serviços de saúde. E
ficarão diante da necessidade de elevar a qualidade da educação.
As projeções constam
de estudo assinado por Paulo Tafner, economista, e Márcia de Carvalho,
estatística, sobre o futuro dos programas sociais e possíveis alternativas para
reduzir a pobreza.
Intitulado
"Rumo a uma política social flexível", o texto faz parte do
recém-lançado "2022: propostas para um Brasil melhor no ano do
bicentenário", coletânea de artigos organizada pelos economistas Fabio
Giambiagi e Claudio Porto.
Os autores apontam
que a economia do país terá de crescer em média 4% ao ano de 2010 a 2030 para
produzir o aumento de arrecadação necessário para acomodar a expansão de gastos
sociais decorrente da nova demografia. Ou seja, o Produto Interno Bruto (PIB,
soma de bens e serviços produzidos no país), precisará dobrar.
Para efeitos de
comparação, entre 1990 e 2010, a taxa de expansão anual média do país não
passou de 2,7%. No acumulado, ela foi de 75%.
PREVIDÊNCIA
Previsivelmente, a
maior fonte de despesas adicionais nos próximos anos será a Previdência. Os
autores estimam que o aumento da clientela elevará em mais de R$ 300 bilhões ao
ano os encargos com aposentadorias, pensões e assistência a idosos.
A projeção considera
as atuais regras de acesso aos benefícios, que estão sujeitas a mudanças.
Conforme a Folha noticiou ontem, o governo Dilma Rousseff negocia trocar o
fator previdenciário, que hoje reduz os benefícios de quem se aposenta mais
cedo, por outra fórmula.
O novo modelo,
segundo técnicos do governo, pode ser mais vantajoso para os trabalhadores.
No caso da saúde, os
autores levaram em conta não só a maior demanda pelos serviços, que é
inevitável com o envelhecimento, mas também o esperado aumento do gasto por
habitante.
No Brasil, este
indicador está abaixo dos patamares do mundo desenvolvido e até de países como
Chile e México.
Das despesas sociais
mais volumosas, a educação é a única que terá redução do número de
beneficiários com o envelhecimento da população. No entanto, os custos deverão
continuar em alta em razão da necessidade de elevar as taxas de matrícula e o
gasto por aluno. (sinuhesilvavieira)
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