Sustentabilidade e o legado da copa IV
O abundante estoque de recursos naturais disponível, nos
primórdios da revolução industrial, e a larga capacidade de absorver e reciclar
os resíduos da produção afastava qualquer possibilidade de crise. Por outro
lado, o ritmo e o volume da produção mundial, o tamanho da população, seu
estilo de vida e consumo não representavam um problema a ser considerado.
As críticas de hoje, por sua vez, surgem num contexto onde
os problemas já são evidentes, modificam a qualidade de vida de milhões de
pessoas, assumem uma escala planetária e permitem antever situações de alta
gravidade e irreversibilidade em longo prazo, caso não se tomem providências
efetivas (LIMA, 2004).
Portanto, foi a partir da Revolução Industrial que os
problemas ambientais começaram a sofrer um agravamento cada vez maior. Isso
porque a degradação da natureza, embora possa ter ocorrido em pequena escala
nas sociedades anteriores ao capitalismo, é algo intrínseco ao capitalismo e à
industrialização.
Já ficou demonstrado
que ao menos em linhas gerais existe um consenso sobre sustentabilidade. Mas
este consenso varia muito em função muitas variáveis. Em função do estágio
econômico, o primeiro mundo já implantou todas as operações já descritas e que
são o principal escopo da sustentabilidade nos países em desenvolvimento,
ocorrendo maior preocupação com o aquecimento global e a pobreza.
Nos países em
desenvolvimento, as diretrizes operacionais ainda representam o principal foco
da sustentabilidade e neste sentido as demandas de uma copa do mundo certamente
trazem muitos benefícios que serão permanentes para o atendimento das
necessidades das populações como melhorias de infraestrutura e mobilidade em
geral.
Nos países pobres,
sustentabilidade ainda significa resolver as questões básicas da miséria, e a
abordagem do problema lembra mais a pirâmide de Maslow do que o Relatório
Brundtland.
Um dos focos privilegiados da crítica ao modelo de
desenvolvimento econômico dominante é a contradição existente entre uma proposta
de desenvolvimento ilimitado a partir de uma base de recursos finita.
Segundo Sampaio (2002), dentro de uma concepção preventiva,
a problemática ambiental reflete a percepção de que o volume de impactos
destrutivos gerados pela ação antrópica sobre os ecossistemas tem-se ampliado a
horizontes de longo prazo, de modo a repensar as atuais formas de
desenvolvimento, tanto capitalistas como socialistas, favorecendo uma
internalização efetiva do meio ambiente, enquanto recursos natural, espaço
essenciao e qualidade do habitat.
Conforme Bellen (2006, p. 25) “[...] o desenvolvimento
sustentável é o que atende as necessidades das gerações presentes sem
comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias
necessidades”.
Além disso, para considerar como sustentável, o
desenvolvimento deve atender: ”os aspectos referentes às dimensões: social e
ecológica, bem como fatores econômicos, dos recursos vivos e não-vivos e as
vantagens de curto e longos prazos de ações alternativas” (BELLEN, 2006, p. 23).
Novos conhecimentos e inovações em tecnologia, em gestão e
em políticas públicas cada vez mais desafiam as organizações a fazer novas
escolhas em relação aos impactos de suas operações, produtos, serviços e
atividades sobre as economias, as pessoas e o planeta.
A interação dos sistemas econômico e ecológico deve ser
harmoniosa, visto que são vitais à sobrevivência humana. A vital importância do
inter-relacionamento dos sistemas econômico e ecológico é o ser humano ou a
humanidade que sofre influência direta em razão do comportamento dos sistemas.
Nos dias atuais, a população dos países em desenvolvimento é
considerada quatro vezes maior que a dos países desenvolvidos, ou
industrializados, sendo que uma parte bem expressiva da população vive em
condições de pobreza ou de extrema pobreza.
A solução proposta pela maioria dos economistas e políticos,
sempre foi o crescimento econômico, com consequente diminuição das
desigualdades nas diferentes regiões do mundo. Contudo, o acelerado crescimento
econômico mundial trouxe consigo a degradação do meio ambiente em função do
excessivo uso dos recursos naturais.
Assim, o potencial econômico do mundo em que se vive foi
danificado na proporção em que o patrimônio natural foi perdendo as suas
qualidades. Nessa situação a riqueza individual das organizações percebida no
desenvolvimento econômico da região sofre contraposição com o meio ambiente
apesar de buscar nos recursos naturais suas matérias primas fundamentais.
Os fatores de produção ou recursos de produção da economia
são constituídos pelo capital, recursos humanos, trabalho e inovações
tecnológicas e sendo encontrados em todas as sociedades economicamente
organizadas.
Em resumo, o processo pela busca contínua do desenvolvimento
sustentável prioriza a busca pela iniciativa pro-ativa, com visão de longo
prazo e com a implantação de instrumentos que permitam a mensuração e a
evidenciação dos resultados obtidos. (EcoDebate)
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