Iniciativas buscam reduzir o desperdício de alimentos na
capital paulista
A redução do
desperdício de alimentos é uma preocupação cada vez maior dos empresários que
produzem ou vendem comida, avalia Luciana Curvello uma das coordenadoras do
Programa Mesa Brasil em São Paulo. Uma iniciativa do Serviço Social do Comércio
(Sesc), o Mesa Brasil recolhe alimentos de 630 empresas doadoras e distribui
para 650 instituições, beneficiando cerca de 120 mil pessoas no estado. “O Mesa
funciona baseado em um conceito de segurança alimentar, que busca trabalhar com
a questão do acesso ao alimento”, explica Luciana.
Segundo ela, no
início do programa, em 1994, ainda havia resistência dos empresários em doar os
alimentos que não tinham mais condições de ser comercializados. Atualmente a
ideia está muito mais disseminada, na opinião de Luciana. “No começo era muito
difícil convencer uma empresa a participar, porque não se tinha esse tipo de
experiência no Brasil. Hoje, essa situação mudou”, explica.
Como atende a
entidades pequenas, o Sesc usa a própria estrutura para entregar as doações. O
procedimento é usado também como estratégia para aumentar a eficiência do
programa. “Entregando na instituição é que a gente tem condições de conhecer
melhor o nosso parceiro e adequar a entrega de alimento de acordo com a
necessidade dela”, ressalta Luciana. “Não é uma simples distribuição, mas uma
entrega de acordo com o perfil, com a faixa etária que se serve, com a
estrutura que se tem. Então há a preocupação de não se levar um produto
congelado para uma instituição que não tem freezer”, exemplifica.
Esse cuidado não é
possível em outro programa semelhante, o Banco de Alimentos da Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Em 2012 o projeto
distribuiu mais de 2 mil toneladas de alimentos recolhidos de 587 empresas
colaboradoras. “São alimentos que não têm mais valor comercial, mas ainda há
condições de serem consumidos. É uma fruta mais madura, uma verdura com a
folhagem um pouco murcha, mas que ainda tem condições de aproveitamento para o
consumo humano”, explica a nutricionista Alessandra Figueiredo a respeito do
programa que começou a funcionar em 2003.
O Banco de Alimentos
aproveita, entretanto, o contato com as entidades que vem retirar as doações
para transmitir orientações. “Todas vezes que elas vem retirar as doações nós
fornecemos um boletim mensal com temas de nutrição”, conta Alessandra que quer
ampliar a atuação com a aquisição de equipamentos para processar os alimentos.
O projeto de expansão
prevê a aquisição de uma máquina para retirar a polpa dos alimentos e uma
desidratadora. “Seria um alimento que teria apenas um dia para ser consumido,
mas quando você processa, aumenta o prazo de validade desse alimento”, destaca
a nutricionista sobre o projeto que ainda precisa de uma fonte de recursos para
ser posto em prática. (EcoDebate)
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