A Divisão de População da ONU divulgou, em junho de 2013, a
atualização dos seus cenários de projeções populacionais. Nas projeções
anteriores a população mundial chegaria a 9,3 bilhões de habitantes em 2050 e
de 10,1 bilhões de habitantes em 2100. Os novos números são: 9,6 bilhões em
2050 e 10,9 bilhões de habitantes em 2100.
O motivo da diferença está na redução mais lenta das taxas
de fecundidade nos países de renda média e baixa. Na revisão de 2010 da UN/ESA,
a população em 2100 dos países desenvolvidos era de 1,33 bilhão, dos países de
renda média de 6,1 bilhões e dos países de renda baixa de 2,7 bilhões. Os novos
números para 2100 são, respectivamente, 1,28 bilhão, 6,64 bilhões e 2,93
bilhões.
Portanto, as novas projeções apontam para uma população menor
dos países ricos e uma população maior para o restante dos países no final do
século XXI. Em termos absolutos o aumento da população global foi de 4,5
bilhões no século XX (de 1,65 bilhão em 1900 para 6,1 bilhões em 2000) e deve
ter um aumento de 4,8 bilhões no século XXI.
Os atuais países ricos, ou desenvolvidos, tinham uma
população de 812 milhões de habitantes em 1950, chegaram a 1,24 bilhão em 2010
e devem atingir o pico populacional em 2050 com 1,30 bilhão, diminuindo na
segunda metade do século para 1,28 bilhão em 2100.
Os países de renda média tinham uma população de 1,52 bilhão
em 1950, chegaram a 4,84 bilhões em 2010 e devem chegar a 6,64 bilhões de
habitantes em 2100. Os países pobres, de renda baixa, tinham 195 milhões de
habitantes em 1950, passaram para 838 milhões em 2010 e devem atingir 2,93
bilhões de habitantes em 2100.
Portanto, o fosso demográfico entre os grupos de países está
se aprofundando. O alto crescimento demográfico dos países mais pobres pode
jogar suas populações na “armadilha da pobreza”, dificultando a melhoria da
qualidade de vida e os investimentos nos direitos de cidadania.
O mundo caminha para uma situação em que os países
desenvolvidos irão ter que enfrentar os problemas decorrentes do envelhecimento
populacional, enquanto os países pobres vão ter que enfrentar os problemas
decorrentes da “bolha de jovens” com poucas oportunidades de educação e
emprego. A migração poderia ser uma solução parcial, mas dificilmente o fluxo
de pessoas conseguirá romper as barreiras da xenofobia e das dificuldades de
integração de populações com características econômicas, sociais e culturais
tão diversas.
Porém, a demografia não é destino e o futuro ainda não está
escrito. Muitas coisas podem mudar nas próximas décadas, alterando as projeções
para o final do século. Mas para construir um futuro melhor é preciso começar a
agir aqui e agora. (EcoDebate)
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