sábado, 13 de julho de 2013

Novas projeções da população mundial até 2100

A Divisão de População da ONU divulgou, em junho de 2013, a atualização dos seus cenários de projeções populacionais. Nas projeções anteriores a população mundial chegaria a 9,3 bilhões de habitantes em 2050 e de 10,1 bilhões de habitantes em 2100. Os novos números são: 9,6 bilhões em 2050 e 10,9 bilhões de habitantes em 2100.
O motivo da diferença está na redução mais lenta das taxas de fecundidade nos países de renda média e baixa. Na revisão de 2010 da UN/ESA, a população em 2100 dos países desenvolvidos era de 1,33 bilhão, dos países de renda média de 6,1 bilhões e dos países de renda baixa de 2,7 bilhões. Os novos números para 2100 são, respectivamente, 1,28 bilhão, 6,64 bilhões e 2,93 bilhões.
Portanto, as novas projeções apontam para uma população menor dos países ricos e uma população maior para o restante dos países no final do século XXI. Em termos absolutos o aumento da população global foi de 4,5 bilhões no século XX (de 1,65 bilhão em 1900 para 6,1 bilhões em 2000) e deve ter um aumento de 4,8 bilhões no século XXI.
Os atuais países ricos, ou desenvolvidos, tinham uma população de 812 milhões de habitantes em 1950, chegaram a 1,24 bilhão em 2010 e devem atingir o pico populacional em 2050 com 1,30 bilhão, diminuindo na segunda metade do século para 1,28 bilhão em 2100.
Os países de renda média tinham uma população de 1,52 bilhão em 1950, chegaram a 4,84 bilhões em 2010 e devem chegar a 6,64 bilhões de habitantes em 2100. Os países pobres, de renda baixa, tinham 195 milhões de habitantes em 1950, passaram para 838 milhões em 2010 e devem atingir 2,93 bilhões de habitantes em 2100.
Portanto, o fosso demográfico entre os grupos de países está se aprofundando. O alto crescimento demográfico dos países mais pobres pode jogar suas populações na “armadilha da pobreza”, dificultando a melhoria da qualidade de vida e os investimentos nos direitos de cidadania.
O mundo caminha para uma situação em que os países desenvolvidos irão ter que enfrentar os problemas decorrentes do envelhecimento populacional, enquanto os países pobres vão ter que enfrentar os problemas decorrentes da “bolha de jovens” com poucas oportunidades de educação e emprego. A migração poderia ser uma solução parcial, mas dificilmente o fluxo de pessoas conseguirá romper as barreiras da xenofobia e das dificuldades de integração de populações com características econômicas, sociais e culturais tão diversas.
Porém, a demografia não é destino e o futuro ainda não está escrito. Muitas coisas podem mudar nas próximas décadas, alterando as projeções para o final do século. Mas para construir um futuro melhor é preciso começar a agir aqui e agora. (EcoDebate)

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