Mais de 10% da população mundial pode ser afetada por
mudanças climáticas em 2100
Mais de 10% da
população mundial poderá ser seriamente afetada em 2100 pelas consequências das
mudanças climáticas, advertiu um estudo internacional [Multisectoral climate
impacts in a warming world] publicado em 01/07/13, que identifica os “pontos
quentes” mais afetados em todo o mundo.
Esses “pontos
quentes” são definidos como aqueles nos quais pelo menos dois dos
aspectos-chave para a vida humana – plantações, acesso à água, ecossistemas e
saúde – serão afetados pelo aquecimento global, se não forem reduzidas as
emissões de gases causadores do efeito estufa e se a temperatura aumentar uma
média de 4°C em relação ao período 1980-2010.
Esses locais são
especialmente numerosos no sul da Amazônia, com “mudanças importantes” nas
condições de acesso à água potável, aos cultivos e aos ecossistemas, destacou o
estudo publicado na Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS, na sigla em
inglês), uma revista científica americana.
A segunda região mais
afetada é o sul da Europa, devido à maior dificuldade de acesso à água e às más
colheitas, de acordo com a pesquisa dirigida por Franziska Piontek, do
Instituto para a Investigação sobre o Impacto do Clima em Potsdam, na Alemanha.
“As consequências das
mudanças climáticas em diferentes aspectos cruciais podem interagir entre si e
multiplicar a pressão gerada nos habitats das populações nas regiões afetadas”,
explicou Piontek.
Esses efeitos começam
a ser observados com um aumento de 3°C da temperatura em comparação à média do
intervalo 1980-2010. Com um aumento de 4°C, 11% da população mundial seria
gravemente impactada, completou o estudo.
Outros “pontos
quentes” do mundo estariam na América Central e nas regiões tropicais da África
e as terras altas da Etiópia. Algumas partes do sul da Ásia também sofreriam
devido às más colheitas, ao difícil acesso à água e a mudanças nos ecossistemas.
“O que hoje se
considera uma situação extrema pode chegar a ser normal”, advertiu Qiuhong
Tang, da Academia de Ciências da China.
Porém, nenhuma região
do mundo seria afetada ao mesmo tempo nos quatro setores-chave avaliados, em
função do modelo usado para este tipo de trabalho.
Segundo esses
modelos, grande parte da África não está entre os “pontos quentes” destacados.
Os autores do estudo apontam, contudo, que provavelmente essa parte apareceria
se as secas, ou as inundações, fossem consideradas entre os parâmetros
analisados.
Este estudo utiliza
modelos matemáticos para projetar como o aquecimento global vai mudar a vida da
população de todo o planeta. Ele contou com a participação de pesquisadores de
Estados Unidos, China, Europa e Japão. (EcoDebate)
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