terça-feira, 9 de julho de 2013

Modelo de tratamento de resíduos sólidos

Usina Verde é modelo de tratamento de resíduos sólidos
Além de ser autossustentável, estação ainda aproveita o lixo para produção de energia.
Mulheres realizam coleta na esteira: cerca de 90% dos resíduos sólidos que chegam à Usina são reaproveitados, tanto para a reciclagem quanto para produção de energia.
Desde que o termo “sustentabilidade” entrou na roda de assuntos de extrema importância, muitos debates foram suscitados a respeito do tema. O Brasil ainda caminha a passos lentos neste sentido, mas algumas iniciativas já começam a se destacar. Na Ilha, a Usina Verde funciona como um modelo de reaproveitamento de resíduos sólidos que segue os mais rigorosos padrões internacionais de sustentabilidade. Pensada e desenvolvida por parceiros e professores da UFRJ, ela tem capacidade para tratar até oito toneladas de lixo por dia. Segundo dados da Comlurb, no Rio são gerados, em média, nove mil toneladas de lixo por dia, um montante mais de mil vezes maior do que a capacidade da usina.
Segundo o presidente da Usina Verde, Mario Amato Netto, o modelo ideal para o tratamento do lixo da cidade seria um equipamento igual ao da UFRJ para cada região de 200 mil habitantes.
— Se a destinação do lixo não fosse para um único aterro sanitário, além de ser mais econômico, asseguraríamos um direcionamento correto para os resíduos. Assim, o lixo não seria tão poluente quanto no modelo existente.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, implementada em 2010, prevê a prevenção e a redução da geração de resíduos; o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. A Usina Verde é a pioneira como alternativa aos lixões e aterros sanitários.
— Nós tratamos os resíduos que tenham ou não sido separados no momento da coleta. Deste montante, 90% é aproveitado pela Usina Verde, tanto para gerar energia quanto para reciclagem — explica Netto.
O tratamento do material envolve diversas etapas: coleta do lixo, separação do material reciclável, incineração dos não recicláveis e separação dos resíduos do forno, entre outras. Hoje, o lixo que chega à Usina Verde vem de duas empresas, que pagam para ter seus resíduos recolhidos e tratados, a Caixa Econômica Federal e a Estação de Transbordo e Tratamento do Caju. Todo o processo é programado para extrair e aproveitar o máximo da matéria-prima. Tem sido tão eficiente, que, além da usina ser autossustentável, ainda sobra energia — e o impacto para o meio ambiente é zero.
Ex- trabalhadores de lixões
Cerca de 50 funcionários, entre engenheiros, técnicos, ambientalistas, administradores e cooperativados, trabalham no local. Estes últimos, em sua maioria, trabalhavam em lixões e adquiriram melhores condições laborais na separação dos resíduos.
Uma mudança significativa destacada por Netto é na qualidade do lixo da cidade. De acordo com ele, devido ao aumento do poder aquisitivo das pessoas, o consumo de produtos industrializados tem crescido bastante.
— É curioso, mas podemos medir o nível de riqueza de uma sociedade pelo lixo que ela produz. Infelizmente, ainda não temos políticas eficientes para tratar todo este material, mas estamos buscando este tipo de mobilização — explica ele.
A Usina Verde é aberta a visitação. Os interessados devem enviar um e-mail para contato@usinaverde.com.br e agendar uma visita. (globo)

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