Usina Verde é modelo de tratamento de resíduos sólidos
Além de ser autossustentável, estação ainda aproveita o lixo para
produção de energia.
Mulheres realizam
coleta na esteira: cerca de 90% dos resíduos sólidos que chegam à Usina são
reaproveitados, tanto para a reciclagem quanto para produção de energia.
Desde que o termo
“sustentabilidade” entrou na roda de assuntos de extrema importância, muitos
debates foram suscitados a respeito do tema. O Brasil ainda caminha a passos
lentos neste sentido, mas algumas iniciativas já começam a se destacar. Na
Ilha, a Usina Verde funciona como um modelo de reaproveitamento de resíduos
sólidos que segue os mais rigorosos padrões internacionais de sustentabilidade.
Pensada e desenvolvida por parceiros e professores da UFRJ, ela tem capacidade
para tratar até oito toneladas de lixo por dia. Segundo dados da Comlurb, no
Rio são gerados, em média, nove mil toneladas de lixo por dia, um montante mais
de mil vezes maior do que a capacidade da usina.
Segundo o presidente
da Usina Verde, Mario Amato Netto, o modelo ideal para o tratamento do lixo da
cidade seria um equipamento igual ao da UFRJ para cada região de 200 mil
habitantes.
— Se a destinação do
lixo não fosse para um único aterro sanitário, além de ser mais econômico,
asseguraríamos um direcionamento correto para os resíduos. Assim, o lixo não
seria tão poluente quanto no modelo existente.
A Política Nacional
de Resíduos Sólidos, implementada em 2010, prevê a prevenção e a redução da
geração de resíduos; o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos
sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. A Usina Verde é a
pioneira como alternativa aos lixões e aterros sanitários.
— Nós tratamos os
resíduos que tenham ou não sido separados no momento da coleta. Deste montante,
90% é aproveitado pela Usina Verde, tanto para gerar energia quanto para
reciclagem — explica Netto.
O tratamento do
material envolve diversas etapas: coleta do lixo, separação do material
reciclável, incineração dos não recicláveis e separação dos resíduos do forno,
entre outras. Hoje, o lixo que chega à Usina Verde vem de duas empresas, que
pagam para ter seus resíduos recolhidos e tratados, a Caixa Econômica Federal e
a Estação de Transbordo e Tratamento do Caju. Todo o processo é programado para
extrair e aproveitar o máximo da matéria-prima. Tem sido tão eficiente, que,
além da usina ser autossustentável, ainda sobra energia — e o impacto para o
meio ambiente é zero.
Ex- trabalhadores de
lixões
Cerca de 50
funcionários, entre engenheiros, técnicos, ambientalistas, administradores e
cooperativados, trabalham no local. Estes últimos, em sua maioria, trabalhavam
em lixões e adquiriram melhores condições laborais na separação dos resíduos.
Uma mudança
significativa destacada por Netto é na qualidade do lixo da cidade. De acordo
com ele, devido ao aumento do poder aquisitivo das pessoas, o consumo de
produtos industrializados tem crescido bastante.
— É curioso, mas
podemos medir o nível de riqueza de uma sociedade pelo lixo que ela produz.
Infelizmente, ainda não temos políticas eficientes para tratar todo este
material, mas estamos buscando este tipo de mobilização — explica ele.
A Usina Verde é
aberta a visitação. Os interessados devem enviar um e-mail para
contato@usinaverde.com.br e agendar uma visita. (globo)
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