sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Possível fim da floresta até o ano de 2270

O desmatamento da Amazônia e o possível fim da floresta até o ano de 2270
Desde 1988, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) monitora, via satélite, o desmatamento na Amazônia. Um dos sistemas utilizados é o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), utilizado para identificar visualmente os polígonos de desflorestamento por meio de imagens.
Os dados são assustadores. O Brasil gastou 500 anos para destruir 93% da Mata Atlântica. Mas, no ritmo atual, a destruição da Amazônia (que ocupa 60% do território brasileiro) vai ocorrer em um espaço de tempo menor.
A Amazônia Legal brasileira possui(a) uma área de 5.217.423 km². De 1988 a 2012, os dados do Prodes mostram que o desmatamento atingiu o montante de 396.772 km². Essa área desflorestada é maior do que a soma dos territórios dos estados de São Paulo (248.209 km²), Rio de Janeiro (43.696 km²), Espírito Santo (46.078 km²), Alagoas (27.768 km²) e Sergipe (21.910 km²). No total, as cinco Unidades da Federação possuem uma área de 387.661 km² menor, portanto do que os 397 mil km² destruídos da Floresta Amazônica entre 1988 e 2012. Outros 400 mil km² foram destruídos entre 1965 e 1988.
Na média dos 25 anos de dados do Prodes o desmatamento foi de 15.871 km², ao ano. Isto significa, que mantendo-se está média anual a amazônia brasileira vai ser totalmente destruída em um período de 329 anos (5,2 milhões dividido por 15,8 mil). Porém, como cerca de 20% da floresta já foi abatida ao longo da história recente, só temos cerca de 270 anos para derrubar o resto.
Ou seja, as atividades antrópicas desenvolvidas na amazônia para atender ao consumo da população brasileira e global estão promovendo a extinção da maior área de biodiversidade do Planeta. A Amazônia está sendo destruída pelas madeireiras, pelas mineradoras, pelo garimpo, pelas hidrelétricas, pelas cidades, pelas estradas, pela plantação de soja, pela criação da gado, pelo tráfico de espécies vegetais e animais e pela cobiça e egoísmo humano.
Algumas pessoas otimistas olharam os dados de 2004 a 2012 e perceberam uma diminuição do desmatamento de 27 mil km², em 2004, para 4,5 mil km², em 2012. Isto alimentou o sonho de que o desmatamento líquido da Amazônia pudesse chegar a zero ou até mesmo haver uma taxa de desmatamento negativa ou de reflorestamento positivo.
Todavia, os dados parciais de 2013 mostram uma aceleração da destruição. Dados de junho mostram que o desmatamento na Amazônia Legal, em junho de 2013, aumentou 437% em relação a junho de 2012. Se esta tendência continuar nos próximos meses, nenhuma esperança vai sobreviver, nem mesmo o Novo Código Florestal.
Para complicar a situação, o desmatamento detectado, em junho de 2013, comprometeu 3,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente. No acumulado do período (agosto 2012 a junho de 2013) as emissões de CO2 equivalentes comprometidas com o desmatamento totalizaram 97 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 90% em relação ao período anterior (agosto de 2011 a junho de 2012).
Desta forma, se nada for feito para mudar o ritmo de destruição da Amazônia, o futuro do Brasil e do mundo será marcado por menor biodiversidade e maiores níveis de aquecimento global. O Antropoceno – era de dominação da ganância humana – poderá ser conhecido, talvez pelos extraterrestres, como o período em que uma espécie mesquinha provocou a destruição em massa da vida na Terra. (EcoDebate)

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