A ocupação abusiva e desordenada da Amazônia
Os compradores de
terras são um dos grandes causadores do desmatamento; suas propriedades
ultrapassam os limites demarcados.
“As leis são feitas para a elite”, afirma a geógrafa Neli
Aparecida de Melo Théry. Para ela os incentivos, as pessoas migrarem para a Amazônia
com o objetivo de ter mais propriedades é um abuso, principalmente quando esses
interessados não utilizam a legislação da forma correta.
No Brasil, o processo de ocupação da Amazônia teve inicio,
em 1960, quando as terras pertenciam a União e ao Estado. Elas tinham a
seguinte divisão, 87% matas e terras incultas ocupadas por caboclos e
ribeirinhos (população tradicional que vive perto dos rios), 11% pastos
naturais cuidados por antigos fazendeiros e 1,8% de lavouras.
Com os incentivos fiscais que, a todo o momento levantavam
grande interesse para a aquisição de novas propriedades. Em 1967, muitas
empresas fictícias demarcaram grandes áreas e em paralelo a isso o foram
construídas infraestruturas pelo governo federal para transitar os produtos
gerados naquela região.
“Esses
incentivos ocorreram entre 1967 e 1990. Durante a ditadura militar existia,
certa, insistência para levar pessoas para a região amazonense e assim
desenvolver aquela localidade. Praticamente todas as grandes estradas, as Br’s,
foram construídas nesse período”, conta a geógrafa.
Esse trabalho desenvolvido por grandes empresas e pelo
próprio governo gerou a alteração dos dispositivos legais para transferir a
terra pública (devoluta) aos grandes grupos econômicos.
Transformação da terra pública em particular
Foi em 1970 e 1980, que a terra pública passou a ser vendida
em grandes dimensões para investidores, causando assim uma grande confusão para
as pessoas que ali habitavam. Como essas terras se tornaram uma propriedade
privada, eles e suas famílias tiverem que desocupar a região.
Sem fiscalização, as práticas mais comuns desses novos
“donos de terras” era a demarcação quase sempre maior, vendas de um mesmo lote
a compradores diversos, revenda de títulos de terras públicas sem licitação,
falsificação de documentos para ampliar a área, confecção e adulteração, de
títulos de propriedade.
A falta de controle para com esses compradores de terras,
além de causar um transtorno para os habitantes causou também uma grande
desordem em toda a Amazônia. Deixando assim uns com muitas propriedades e os
índios, por exemplo, em um pequeno espaço para a sua gente. (EcoDebate)
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