Com desmatamento da Amazônia em alta, IBAMA muda vigilância.
Monitoramento atual não diferencia perda de vegetação de
fogo ou espelhos d’água.
Dois meses depois de dados do
sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), terem
indicado o aumento do desmatamento na Amazônia após quatro anos consecutivos de
queda, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) anunciou medidas que estão em desenvolvimento para melhorar
o monitoramento da região.
Os presidentes do IBAMA, Volney
Zanardi, e do Inpe, Leonel Fernando Perondi, detalharam em 07/11/14, os planos
para a atualização do sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).
Em operação há dez anos, ele elabora mapas diários com base em imagens de
satélites e aponta áreas com indícios de desmatamento.
Destruição
Novo sistema evitaria desperdício
de recursos
O problema, dizem os dirigentes, é
que o Deter tem baixíssima resolução e é “míope”, de modo que muitas das
manchas de degradação identificadas não representam necessariamente extração de
madeira - podem ser espelhos d’água, incêndios ou afloramentos rochosos.
O objetivo do IBAMA é colocar em
operação em até dois anos o sensor Awifs, com imagens de melhor resolução
feitas por um satélite indiano. A ideia é que o sensor atualizado torne a ação
mais eficiente e evite o desperdício de recursos.
Dados escondidos
À imprensa, Zanardi ainda negou que
o instituto tenha segurado dados negativos do desflorestamento para beneficiar
a campanha da presidente Dilma Rousseff. Nesta sexta, o site do jornal Folha de
S.Paulo publicou reportagem segundo a qual foram desmatados 1.626 km² na
Amazônia em agosto e setembro, aumento de 122% sobre o mesmo período de 2013.
Os dados do Deter teriam ficado prontos antes do segundo turno.
Segundo Zanardi, as informações
oficiais serão divulgadas ainda neste mês. Mas o levantamento anterior do
sistema Prodes já revelou crescimento dos índices de perda de vegetação. Ainda
conforme o presidente do IBAMA, a expectativa do instituto é de que o número
que será anunciado seja igual ou menor do que o de 2013. (OESP)
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