Represas transbordam no interior
paulista, mas rodízio de água continua em Valinhos/SP.
Segundo departamento de Água e Esgoto de Valinhos, embora as
represas estejam cheias, metade da população é abastecida pelo Rio Atibaia, que
é dependente do Cantareira e tem vazão instável.
As chuvas fizeram transbordar as
quatro represas internas que abastecem Valinhos, na região de Campinas, mas os
106,9 mil moradores continuarão convivendo com o racionamento. Na cidade, uma
das primeiras do Estado a adotar o rodízio, o abastecimento é suspenso pelo
período de 18 horas duas vezes por semana. De acordo com o Departamento de Água
e Esgoto de Valinhos (Daev), embora as represas estejam cheias, metade da
população é abastecida pelo Rio Atibaia, que é dependente do Sistema Cantareira
e tem vazão instável.
Em 18/02 a vazão do Atibaia chegou
a 42,30 m3 por segundo no ponto de captação de Valinhos, 10 m3
a mais que a vazão medida em 17/02. Na semana anterior, no entanto, o nível
estava em 11,3 m3/s. Para a assessoria do Daev, tanta água de uma
vez não resolve os problemas de abastecimento, pois não há reservatório e a
vazão segue o curso para o Rio Jaguari. Ainda segundo a assessoria, o rodízio é
necessário porque o sistema de tratamento de água trabalha com déficit diário
de 3 milhões de litros.
Rio Atibaia
De acordo com o Daev, as obras de
ampliação da Estação de Tratamento de Água (Eta 2) serão concluídas em
setembro. Até lá, o rodízio vai continuar, segundo o órgão. Até porque somente
com as chuvas desta noite o mês de fevereiro atingiu o nível histórico no
município. Em medição realizada pela manhã, a estação pluviométrica da
prefeitura registrou um acumulado de 120,6 milímetros de chuva em 18 dias deste
mês para uma média histórica mensal de 215 mm.
Em Itu, cidade que conviveu com o
racionamento drástico durante dez meses em 2014, a realidade também mudou.
Somente nos dias de Carnaval choveu 95,3 mm na cidade e a Represa do Itaim, que
chegou a secar no ano passado, jorrou água por cima da barragem. O acumulado de
chuvas em fevereiro chegou a 213,8 mm, para uma média de 151,4 mm neste mês. As
outras represas operam com 85% da capacidade. Apesar disso, a concessionária
mantém campanhas para economia de água. Uma nova adutora que deve operar em
março vai acrescentar 280 litros por segundo - 40% a mais que hoje - no sistema
de tratamento de água da cidade.
Rio Piracicaba
O Rio Piracicaba,
um dos mais belos rios do interior, que no ano passado amargou seca histórica,
estava com vazão de 483,67 m3 por segundo na tarde de 18/02,
segundo a rede de telemetria do Consórcio PCJ. É a maior vazão registrada desde
2013 e mais que o dobro da medição do dia anterior, quando o rio atingiu 170,01
m3/s. No auge da crise hídrica, o Piracicaba chegou a ter vazão de
apenas 7 m3 por segundo e o salto, principal atração turística da
cidade, virou um amontoado de pedras.
Em 18/02 as águas despencavam com
estrondo da cachoeira e estavam a 30 centímetros de alagar a Rua do Porto, na
região do Beira-Rio. As várzeas do distrito de Artemis, na zona rural,
amanheceram alagadas. A vazão do Piracicaba, na passagem pelo distrito, era de
760,04 m3/s. Mais adiante, em Anhembi, o Piracicaba deságua no Rio
Tietê, na região do Médio Tietê.
Os rios das bacias do Piracicaba,
Capivari e Jundiaí (PCJ), sob influência do Sistema Cantareira, também voltaram
a apresentar aumento nas vazões nesta quarta-feira. O Rio Jaguari, que na
terça-feira estava com 16,45 m3/s em Jaguariúna, subiu para 35,42 m3/s
em medição registrada às 16h10 pelo Consórcio PCJ. O Rio Camanducaia subiu de
30,15 para 74,21 m3/s em Jaguariúna. (OESP)
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