Poluição e esgoto não
tratado prejudicam qualidade das águas interiores
De
2001 a 2003, o percentual de esgoto tratado no Brasil era inferior a 60,0%. Em
2009, essa taxa chega a 68,4%. A parir de 2010, houve um declínio,
possivelmente associado ao maior número de municípios amostrados, que eram
1.739 em 2009 e passaram a 1.948 em 2010. Em 2011, a taxa recuou para 67,9%.
Assim, de 2001 a 2011, houve um incremento de aproximadamente 1,6 bilhão de m³
(ou 15,4%) no volume de esgoto tratado.
A
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e o Índice de Qualidade da Água (IQA) são
indicadores da qualidade da água em trechos de rios e represas. A DBO mede a
quantidade de oxigênio necessária para degradar a matéria orgânica na água.
Quanto maior o seu valor, pior é a qualidade da água. Já o IQA utiliza nove
parâmetros (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de
oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, resíduo
total e turbidez) e varia de 0 a 100. Quanto maior o valor, melhor a qualidade
da água.
Entre
os 367 pontos de monitoramento no país, 73,0% tinham DBO média dentro dos
padrões do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), entre 0 e 5 mg/l. Mas o
baixo percentual de tratamento dos esgotos lançados em corpos de água se
reflete no alto valor de DBO e baixo IQA em trechos dos rios que cortam áreas
urbanas ou industrializadas, como o Alto Tietê/Zona Metropolitana de São Paulo
(inclusive a represa Billings) e o Iguaçu/Zona Metropolitana (Paraná).
Outros
importantes corpos d’água mostraram valores médios anuais de DBO abaixo do
limite, como rio Paraíba do Sul (no trecho que abastece a região metropolitana
do Rio de Janeiro) e os rios Caí, Gravataí e Sinos (formadores do Lago Guaíba,
na região metropolitana de Porto Alegre).
Dimensão
social: mesmo com tendência de redução, doenças relacionadas ao saneamento
inadequado ainda persistem.
Os
dados do IDS 2015 apontaram avanços na maior parte dos 21 indicadores da
dimensão social, que avaliam a satisfação das necessidades humanas, melhoria da
qualidade de vida e justiça social. Os indicadores se relacionam a temas como
demografia, emprego, saúde, educação e violência.
Mesmo
apresentando tendência de declínio, o número de internações por doenças
relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) ainda é elevado. Em
2013, ocorreram 202,6 casos por 100 mil habitantes, uma redução de 37,8% na
comparação com 2000 (326,1 por 100 mil habitantes). As diferenças regionais são
marcantes: enquanto na região Norte, 396,1 pessoas foram internadas para cada
100 mil habitantes, no Sudeste esse número chegou a 78,3, em 2013. Em relação
aos estados, alguns atingiram valores superiores a 500 (Maranhão, Piauí e
Pará), enquanto em São Paulo foram 55,5 internações por 100 mil habitantes, o
menor valor do país.
Desde
a segunda metade da década de 1990, as coberturas de vacinas como sarampo,
tríplice bacteriana e poliomielite, que antes apresentavam oscilações, passaram
a um movimento de rápida ascensão, alcançando a totalidade da população alvo ou
chegando próximo a isso. A BCG, desde o início do período analisado, foi uma
vacina de grande amplitude, partindo de 90% e apresentando, desde 1995,
cobertura plena (100%).
A
década de 2000 apresentou mudanças no esquema vacinal, com a tríplice
bacteriana sendo substituída pela tetravalente em 2002 e a vacina contra
sarampo sendo incorporada à tríplice viral a partir de 2003. Desde sua
implantação, esta última vacina tem apresentado constância na cobertura plena,
enquanto a tetravalente tem mostrado certa oscilação, porém com taxas sempre
elevadas, variando de 94% a 100%.
O aumento da proporção de crianças imunizadas
contra o sarampo é um dos indicadores utilizados pela ONU para avaliar o
atingimento da meta de redução da taxa de mortalidade infantil. (ecodebate)
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