Com a revisão dos dados preliminares, o índice de
queda no desmatamento ficou abaixo do que havia sido divulgado em novembro,
passando de 18% para 15%.
As florestas são essenciais para a regulação do
clima e para a produção de chuvas. Foto de enorme área desmatada, em Roraima.
Em 16/08/15 os ministros do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, apresentaram o
resultado consolidado do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia
Legal (Prodes), referente ao período de agosto de 2013 a julho de 2014. O
número sofreu uma pequena variação em relação à estimativa divulgada em
novembro do ano passado, a taxa oficial ficou em 5.012 km², que corresponde a
uma redução de 15% em relação ao período anterior (2012-2013).
Durante a coletiva a ministra afirmou que a meta é
chegar à taxa de desmatamento de 3.915 km² na Amazônia até 2020. Mas o fato é
que, diante da crise climática que já estamos vivenciando, todo o desmatamento
deveria ser evitado. O Brasil já desmatou o suficiente e hoje dispõe de áreas
já abertas o suficiente para até dobrar a produção agrícola sem precisar cortar
mais florestas. Inclusive, parte do setor produtivo já mostrou ser possível
produzir sem destruir florestas, vide a Moratória da Soja e o Compromisso Público da Pecuária. Agora, deveríamos estar preocupados em como acabar de vez com o
desmatamento.
Apesar da queda no desmatamento, a destruição de
florestas ainda é o principal fator de emissões de gases do efeito estufa no Brasil e
o governo brasileiro vem dando pistas que zerar o desmatamento não está entre
suas prioridades. Ainda no ano passado, em reunião da ONU, o governo brasileiro
se negou a assinar a declaração
de Nova Iorque, documento que pede o fim do
desmatamento em escala mundial. E há alguns meses, em encontro com o presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, a presidenta Dilma Rousseff se comprometeu, sem qualquer constrangimento,
que trabalharia para tentar cumprir o Código Florestal, que ainda permite
desmatamento. Enquanto isso, os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas),
cuja versão final foi publicada nessa semana, prevê dentre suas metas acabar
com o desmatamento até 2020.
O Brasil tem condições e deve fazer mais. Por isso,
assumir um compromisso realmente audacioso de Desmatamento Zero é fundamental
para o clima e para o nosso próprio futuro. Como disse recentemente o
presidente Obama, “somos a primeira geração a experimentar os efeitos das
mudanças climáticas e a última que pode fazer algo a respeito”. (greenpeace)
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