GSF:
solução para déficit hídrico deverá se estender
Segundo
Mario Menel, setor precisa confiar nas negociações com o governo, pois ainda há
um longo caminho para se chegar à proposta final.
A solução
que está sendo costurada para resolver o problema do GSF é melhor do que o que
se tem nesse momento. É com essas palavras que o presidente da Associação
Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia e do Forum das
Associações do Setor Elétrico, Mário Menel, definiu o atual momento das
negociações como Ministério de Minas e Energia. A proposta é complexa e ainda
necessita de detalhamentos que só poderão ser conhecidos com o avanço das
conversas e esse prazo ultrapassará a 11/08/15, dia em que se esperava a
análise da solução na reunião da diretoria da Aneel.
“Não
teremos até terça-feira a proposta detalhada de como se dará o impacto”, disse
ele. “Temos abertura de diálogo com o MME como nunca tivemos ou confiamos nessa
porta que está aberta ou então não se avança em nada o que é pior para todos”,
acrescentou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.
Os pontos
que estão em negociação envolvem colocar o prejuízo dos geradores com o GSF
este ano como ativo regulatório. Isso, explicou ele, mudaria esses valores de
lado do balanço o que aliviaria o caixa das empresas e as consequências que
essa pressão financeira traz às empresas. Esses ativos seriam securitizáveis,
ou seja, passíveis de serem descontados em banco o que equaciona o balanço,
fato que deixaria, inclusive, as empresas com capacidade de investir.
Cada
geradora teria a sua parcela de acordo com o impacto do GSF no ano, por
exemplo, se o prejuízo ficou em R$ 10 bilhões, uma determinada empresa teria
uma parcela proporcional desse valor em ativos regulatórios em seu balanço. Há
em meta um período de transição que poderia ocorrer neste ano e em 2016. Uma
das dúvidas que ainda rondam o tema é em quais bancos esses ativos poderão ser
descontados. Os agentes precisam que o MME entre no circuito para construir
essa parte da solução.
Outro
ponto que deve ser observado para o futuro a partir de então é a transferência
do risco hidrológico para o consumidor. Em contrapartida existiria uma redução
de preço do contrato à distribuidora. E ainda, há em discussão a
prorrogação do prazo de concessão que levaria as geradoras a registrarem uma
receita adicional como forma de compensar as perdas com o GSF na proporção do
impacto para as geradoras.
“Isso
seria caso a caso, por meio de uma metodologia a ser definida e que precisa ser
detalhada. Por isso, precisamos de boa vontade no diálogo que é o melhor que
temos em mais de 10 anos com o MME. Mesmo que essa proposta ainda não esteja
completa é melhor do que temos”, enfatizou. Inclusive dentro dessa proposta o
ministro Eduardo Braga quer aproveitar que a MP 677, da renovação dos contratos
dos eletrointensivos com a Chesf, está em tramitação para poder incluir essas
propostas, até porque, lembrou Menel, a extensão dos contratos de concessão
depende de alternação da legislação.
Na
reunião de 03/08/15, relatou Menel, houve pedidos para que se adiasse a
liquidação do MCP na CCEE. Contudo, o secretário executivo do MME, Luiz Eduardo
Barata, afirmou que a operação está confirmada em 05/08, para débito e crédito
no dia seguinte. Menel afirmou que está negociando com os associados da Abiape
e no âmbito do Fase para que as conversas com o governo avancem. E,
avançar, nesse caso, passa pela retirada das ações que estão na
justiça para que o acordo seja implementado, conforme disse o ministro Braga em
São Paulo, na semana passada. (canalenergia)
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