TCE culpa governo do Estado por
crise hídrica em SP
Relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São
Paulo afirma que a crise hídrica "é resultado da falta de planejamento das
ações da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos" e que os alertas
foram dados desde 2004. De lá para cá, o Estado foi governado pelos tucanos
Geraldo Alckmin, José Serra, Alberto Goldman e por Claudio Lembo (DEM). A pasta
nega.
Segundo
o relatório, elaborado pela diretoria que analisou as contas de Alckmin em
2014, aprovadas com ressalvas pelo TCE, "outras medidas poderiam ter sido
tomadas anteriormente para que a crise não chegasse ao ponto em que se encontra
atualmente, ou pelo menos para que seus efeitos fossem minimizados".
O
TCE cita como exemplos a despoluição dos Rios Tietê e Pinheiros, a recuperação
da Billings, o combate "mais efetivo" às perdas de água, a exigência
de medição individualizada nos prédios, maior proteção aos mananciais,
exigência de reúso da água na indústria, comércio e condomínios, financiamento
de cisternas, anulação dos contratos nos quais a Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo (Sabesp) dá tarifas vantajosas a grandes consumidores,
além da construção de novos reservatórios.
O
tribunal lista ainda diversos relatórios e planos elaborados pelo governo ou
pelos comitês de bacias hidrográficas nos 11 anos, que traçam cenários críticos
na oferta de água para a região, para afirmar que "não é de hoje que
alguns atores envolvidos com a questão dos recursos hídricos alertam sobre o
problema da escassez".
O
relatório do TCE afirma que o governo Alckmin "deveria ter tomado também
medidas efetivas para prevenção e defesa contra eventos hidrológicos
extremos", como estiagens severas, e cobra "a estruturação de um
plano de contingências específico para eventuais riscos de escassez
hídrica".
Criado
por Alckmin há seis meses, o Comitê de Crise Hídrica ainda não divulgou o plano
de contingência, prometido pelo secretário de Recursos Hídricos, Benedito
Braga, para abril. Agora, segundo a pasta, o plano está pronto e será divulgado
na próxima reunião do grupo, ainda sem data para ocorrer. Em julho, Alckmin
chamou o plano de "papelório inútil" porque ele não será usado.
Em
nota, a secretaria afirma que "não se pode afirmar que houve falta de
planejamento" porque "o próprio relatório cita o Plano da
Macrometrópole, documento elaborado antes desta seca, que aponta soluções para
garantir o abastecimento dos grandes centros urbanos paulistas até 2035".
Medidas
Segundo a pasta, "nenhum instituto ou
especialista previu a severidade da seca que atingiu a Região Sudeste do País
em 2014" e o governo "tomou uma série de medidas para minimizar os
impactos desta seca histórica à população", como programa de bônus, obras
emergenciais, uso do volume morto, interligação de sistemas, redução da pressão
e fiscalização de captações irregulares. Ainda segundo a pasta, a Sabesp fez
investimentos bilionários para reduzir as perdas de água e a mancha de poluição
do Rio Tietê recuou 160 quilômetros após investimento do governo. (yahoo)
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