Não
deixa de ser interessante relembrar, que sempre que ocorre lembrança de
aspectos peculiares e estritamente acadêmicos de lembranças que registrem
pilares do evolucionismo, seres vivos em geral alguma forma ou em algum momento
ou de alguma maneira específica, sempre estiveram relacionados com
características ambientais e mais especificamente mudanças climáticas.
Sempre
se relembra disponibilidades de inserção em cadeias alimentares, a existência
de refúgios adequados para habitação temporária ou permanente, outras
adaptações ao meio ambiente disponibilizado. E o mais importante. Adaptações ou
episódios de colapsividade sempre relacionados com intempéries ou variações
climáticas abruptas ou irreversíveis.
Estes
são marcos que determinam a continuidade e evolução das espécies ou até mesmo a
existência de episódios determinantes de extinção ou declínio de plantas ou
animais, integrantes de redes ou cadeias de complementariedade ou
representativos de variações relevantes de aspectos de biodiversidade.
Em
frequentes episódios de evolução ou extinção movidos por algum movimento brusco
de ruptura, favorável ou de colapsividade, frequentemente episódios de mudanças
climáticas relevantes são mobilizados para argumentação. Não é porque o cenário
de fundo da sociedade humana neste momento se refira a drásticas alterações
climáticas, em parte controladas por fatores geológicos atemporais, ou em parte
debitadas a atuação antrópica ou humana, que gera alterações atmosféricas e
ambientais em várias dimensões.
Esta
reflexão não ocorre nem tampouco se motiva por qualquer constatação que advenha
do painel de mudanças climáticas patrocinado pela Organização das Nações Unidas
(ONU) ou pelos comportamentos ou atitudes de qualquer país ou bloco de países.
Tampouco retrata qualquer motivação que determine preocupação anômala com
aspectos climáticos. Não se acredita que as alterações no clima alterem tão
profundamente as condições de sobrevivência na terra ou determinem riscos para
a continuidade da espécie humana.
Mas
é apenas uma reflexão. Porque que sempre na história da evolução das espécies
as mudanças climáticas sempre foram responsabilizadas por alterações dramáticas
que geraram rupturas e grandes episódios evolutivos e mesmo, frustrações,
extinções de espécies e colapsividades que podem ter gerado efemérides ainda
piores, e agora aparentemente não ocorre uma mobilização com os caracteres que
a seriedade da situação merece?
As
respostas não podem ser debitadas apenas a interesses econômicos, deficiências
educacionais e culturais da população em geral e a outros fatores. São todas as
componentes vetoriais citadas juntamente com mais algumas. Apenas uma visão
holística e sistêmica pode trazer alguma luz para a compreensão do fenômeno,
ainda que em parte.
As
rupturas dramáticas e irreversíveis, que muitas vezes ocorrem nas trajetórias
evolutivas de variadas espécies, nunca são previstas ou consideradas para
mudanças de rumo. Ou alguém já se imaginou avisando para os dinossauros do
Jurassic Park sobre a possibilidade de uma chuva de meteoros ou sobre um novo
predador de seus ovos?
Os
filmes futuristas sempre modulam cenários pouco satisfatórios. Bandos de
pessoas juntas nas ruas, para se defenderem, buscando fontes hídricas ou
imersas em montanhas de resíduos sólidos, convivendo entre escombros e
usufruindo de resíduos transformados em artefatos. O filme “Blade Runner”
apenas antecipa em 30 ou 40 anos o cenário que seria depois ampliado e ainda
mais precarizado pela presença de vírus fora de controle, na película “Eu sou a
lenda”. Mas são inúmeros os exemplos e as nuances e ou tonalidades
desenvolvidas entre estes dois marcos temporais e estéticos citados.
Existe
a crença pessoal de que estas situações são apenas ficcionais e não vão se
materializar, na medida em que a história sempre ensina também que quando o ser
humano tem seus interesses, particularmente financeiros precarizados, existe tomada
de atitudes de bom senso em tempo e condições hábeis para a reversão das
expectativas. Esta é a grande esperança, que se hegemoniza, como sempre
preponderou até agora na história da civilização humana quando ganhou premência
e características de inadiabilidade.
Não
existe qualquer julgamento de valor nestas constatações, apenas uma detida
reflexão em fatos de conhecimento e domínio público e que são interconectados
entre si e determinam em várias oportunidades nexos casuais que se observa.
De
qualquer forma, se manifesta a esperança de que não seja necessário a água
ficar no pescoço de indivíduo que não saiba nadar, para que se mobilize a ação
de salvamento. Já que não se enxerga ação planejada e sistêmica de prevenção
dentro de uma visão holística, resta apenas a manifestação de esperança e o
desejo de que não se espere a degradação da qualidade de vida das populações
mais vulnerabilizadas, como sempre as primeiras a sofrerem as consequências dos
desvios vetoriais, para a tomada de atitude por todos os agentes humanos mais
diretamente envolvidos com a tentativa de correção de rumos e determinação de
inversões importantes nos mecanismos de proteção às mudanças climáticas.
Como
bem exprime Nicholas Stern, em seu livro o “Caminho para o desenvolvimento sustentável”,
prefaciado na edição brasileira por Israel Klabin. O ex-presidente do Banco
Mundial manifesta que o preço da “não-ação” neste caso, é maior do que o custo
da “ação”. (ecodebate)
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