Isso
que aconteceu no Gargalheiras, açude de 40 milhões de metros cúbicos de
capacidade, foi por má gestão dos recursos hídricos locais. Usaram praticamente
todo o potencial volumétrico da referida represa, acima de sua capacidade de
regularização, 100% garantida. O resultado de tudo isso, não podia ser outro. A
água acabou! E, infelizmente, o Rio Grande do Norte não está sozinho nessa
lamentável situação ora vivenciada no Semiárido nordestino.
A
represa de Jucazinho, localizada no Agreste pernambucano, por exemplo, que
abastece o município de Santa Cruz do Capibaribe e uma infinidade de
localidades em seu entorno, inclusive Caruaru, também está em vias de exaustão
(atualmente, apenas com 3%). Existe uma tendência no imaginário do povo
brasileiro, de que a “água” é um bem natural infinito e que, portanto, pode ser
usada a bel prazer.
A
represa de Boqueirão, na Paraíba, também caminha no mesmo sentido da exaustão,
causando transtornos na cidade de Campina Grande e em municípios de seu
entorno, onde a população atendida por essa represa vem sofrendo privações de
racionamento, numa prova clara de que a água, quando mal utilizada, acaba, o
que vem mostrar, também, a necessidade de ser utilizada com muita parcimônia.
O
experiente hidrogeólogo paraibano, José do Patrocínio Tomaz Albuquerque, vem
denunciando o mau uso das águas das represas do Semiárido nordestino faz um bom
tempo. O lamentável de tudo isso, é que foi preciso acontecer o problema em
municípios do porte de Acari, Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru e,
provavelmente, Campina Grande, para fazer as populações acordarem. Esse é,
portanto, o verdadeiro retrato do estabelecimento do caos na região, e com
poucas chances de uma solução imediata.
Trazer
água de onde, para o abastecimento de uma expressiva quantidade de gente? No
momento, só resta às autoridades, o aguardo do próximo período chuvoso e torcer
para que as chuvas caiam com muita intensidade e com a frequência a mais
regular possível. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário