Falta de
investimento no setor hídrico por meio século será sentido no verão que se
aproxima.
O
fornecimento de energia elétrica pode estar comprometido na alta temporada, com
impacto direto no desempenho da economia.
As crises
de água e energia trazem à tona um problema estrutural, qual seja, a nossa
falta de preparo para lidar com eventos climáticos extremos como estiagens
severas. E isso vem ocorrendo, pelo menos, por meio século. A falta de
investimentos aliada à necessidade de uma nova abordagem de planejamento de
recursos faz com que o país permaneça refém do clima uma vez que as chuvas
estão se distanciando da média.
O Brasil
vive uma insegurança hídrica há praticamente um ano sendo os estados de São
Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro os mais atingidos. Como o sistema nacional
é interligado, em termos energéticos todos os estados poderão ser atingidos.
Com relação aos reservatórios, para que a região tenha condições de suportar o
período de estiagem até novembro, os reservatórios da Região Sudeste
precisariam atingir a marca de 35% da capacidade no final do mês abril.
Os
impactos dessa crise hídrica no fornecimento de energia têm arrefecido por
conta de uma profunda redução na atividade econômica, já percebida pelo
desempenho da indústria nos dois primeiros meses do ano. O setor automotivo,
que tem peso preponderante no PIB brasileiro mostra queda de desempenho
superior a 20% - tanto na produção quanto na venda – no primeiro bimestre de
2015.
Outras
formas de geração de energia, no entanto ganham rápida ascensão como a energia
eólica que avança – promissor, embora ainda em um processo lento - e a
energia solar como tendência da matriz energética brasileira, impactando
diretamente a diminuição das fontes hidráulicas e o aumento da energia
renovável.
A energia
eólica no país dobrou em 2014 e estima-se que cresça no mesmo ritmo até 2015. A
situação também está cada vez mais favorável em termos de preço, hoje inferior
ao da energia das pequenas centrais hidrelétricas ou das termelétricas a
biomassa.
Em meados
da próxima década, a geração de energia solar também deve ganhar mais
relevância. O custo da energia solar ainda é elevado, mas ela tem vantagens
econômicas como permitir que usuário “doe” energia para o sistema em horários
ociosos, sendo recompensado por isso. Poderia haver estímulos caso houvesse
linha especial de crédito para a instalação desta energia.
Outro
lado que preocupa e muito são os apagões que podem acontecer porque o sistema
elétrico do País encontra-se no limite da capacidade e essa situação poderá
provocar novas quedas no fornecimento de energia, não sabendo ao certo quando e
com qual frequência poderão ocorrer. Aumentos do valor da energia elétrica já
são uma realidade em função da revisão extraordinária das distribuidoras para
cobrir os custos de Itaipu e Conta de Desenvolvimento Energético, assim como
pelas bandeiras tarifárias que tiveram como objetivo refletir o sinal dos
custos de curto prazo.
A crise é
provocada, infelizmente, pela falta de planejamento para o setor.
As
margens de manobra nesse momento são relativamente restritas no sentido da
oferta de energia. Então, sobra a aplicação de políticas de racionalização e
conservação de energia. A população pode ajudar com lições básicas como o uso racional
do chuveiro e redução do tempo de banho, lâmpadas mais eficientes, redução do
uso dos aparelhos de ar condicionado, são atitudes que podem, e muito, ajudar o
país durante a crise hídrica que pode não terminar tão cedo. (canalenergia)
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