Meteorologistas
preveem estação de chuva abaixo da média
Especialistas
destacam que modelos para o Sudeste são imprecisos, mas temperatura alta do
oceano já é fator negativo.
A
temporada de chuvas em São Paulo só deve começar no fim de outubro e, mais uma
vez, pode ficar abaixo da média, segundo estimativa feita por pesquisadores do
Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE), principal referência no País
em análise climática.
“Os
períodos de maior estiagem em São Paulo aconteceram nos anos em que a
temperatura do mar esteve mais aquecida nesta região do Oceano Atlântico”,
explicou o pesquisador Gilvan Sampaio, depois de destacar que a alta
temperatura oceânica e o deslocamento de uma zona de alta pressão para o
continente já foram os responsáveis pelo tempo seco no Estado entre o fim de
julho e agosto.
Temporada de chuvas é prevista para começar em outubro. São Paulo teve breve período de precipitação durante a última semana.
Temporada de chuvas é prevista para começar em outubro. São Paulo teve breve período de precipitação durante a última semana.
Risco
Segundo
ele, nenhum modelo meteorológico é capaz de prever com precisão a intensidade
das chuvas na região Sudeste, mas a permanência dos dois fenômenos nos próximos
meses pode impactar negativamente a pluviometria em áreas que já sofrem há mais
de um ano com a estiagem, como nos locais onde ficam os Sistemas Cantareira e
Alto Tietê, os dois maiores mananciais que abastecem a Grande São Paulo.
“Não
dá para dizer se vai chover mais ou menos. Pode ter ainda a predominância do
sistema de alta pressão bloqueando a passagem de frentes frias, associada às
águas mais quentes do Oceano Atlântico na costa sul do Brasil, o que pode
contribuir para termos menos chuvas na Região Sudeste, sobretudo em São Paulo”,
disse Sampaio, na última reunião climática do INPE, semana passada.
Ele
lembra que, desde 2010, o trimestre de setembro, outubro e novembro tem
registrado “anomalias negativas de precipitação”. Embora seja considerado o
primeiro mês da estação chuvosa, outubro de 2014 foi o mês mais seco da
história do Cantareira, em 84 anos de registros, considerando toda a quantidade
de água que entra nos reservatórios, pelas chuvas e pelos rios afluentes.
Segundo
o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo (Sabesp) não está contando com chuvas para manter o abastecimento
da região metropolitana sem precisar decretar rodízio.
A estatal
promete começar em outubro a transposição de 4 mil litros por segundo de água
do Sistema Rio Grande, braço da Billings no ABC, para a Represa Taiaçupeba, em
Suzano, onde fica a estação de tratamento do Sistema Alto Tietê, o manancial
mais crítico hoje. A obra é considerada a principal ação para evitar um
racionamento mais drástico e havia sido prometida por Alckmin para maio.
No
limite
30,5
mm era o índice acumulado de chuva no Sistema Cantareira até 28/08/15, segundo
a Sabesp. Os valores ainda estão próximos da média histórica do mês de agosto,
de 34,4 mm. (OESP)
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