Você sabe qual a diferença entre reciclar e
reutilizar?
Embora
sejam bastante conhecidos, os conceitos de reciclagem e reutilização de
resíduos ainda geram muitas dúvidas no que diz respeito à sua diferença: afinal,
o que difere o ato de reciclar do ato de reutilizar? Qual das duas alternativas
é mais sustentável?
Nesse
ponto, vale lembrar que, ainda que diferentes, os dois processos são igualmente
importantes em suas contribuições para o meio ambiente e a gestão de resíduos.
O objetivo, afinal, é o mesmo: combater o desperdício de materiais e contribuir
para a diminuição de passivos nos aterros e da exploração de recursos naturais.
Ao prolongarmos a vida útil dos resíduos, tanto pela reciclagem quanto por sua
reutilização, cumprimos o papel essencial de reduzir o consumo de energia e
matéria-prima para a produção de novos produtos.
Apesar
de pouco disseminada, a diferença entre os dois processos é simples de
compreender. Confira os conceitos a seguir e saiba como diferenciá-los!
Reciclar:
reprocessamento e produção de novos materiais
Quando
falamos em reciclar um resíduo, a ideia central é transformá-lo em algo novo.
Assim, a meta aqui é “re-ciclar”, ou seja, inserir o material em um novo ciclo
de produção. Isso subentende o reprocessamento de um item com o intuito de
produzir outro produto útil. Nesse sentido, pneus antigos podem se tornar
composto para asfalto e garrafas PET podem se transformar em fibra de poliéster
(o chamado “tecido pet”), por exemplo. É importante acrescentar que a
compostagem, ou o processamento de resíduos degradáveis como bagaços, cascas de
frutas e legumes provenientes do processamento de alimentos, lodos de ETE
biológicas (inclusive sanitários), materiais filtrantes agroindustriais como
terra diatomácea, podas de árvores brutas ou trituradas, produtos alimentícios
vencidos ou fora de especificação, restos de alimentos provenientes de
restaurantes, supermercados, ceasas, entre outros, também se enquadram no
conceito de reciclagem.
Dentre
os resíduos recicláveis por outros processos estão também vários tipos de
papel, metal, vidro, tecido, plástico e mesmo componentes eletrônicos. Todo o
processo de conversão desses materiais elimina o desperdício, contribuindo para
a redução do consumo de matérias-primas e energia e a poluição dos recursos
naturais, além da emissão de gases de efeito estufa. O processo, assim, é muito
mais sustentável — e econômico — do que começar um novo ciclo de produção.
Vale
lembrar que a coleta seletiva doméstica desempenha um importante papel nesse
cenário: você sabia que quando os resíduos são separados da maneira correta, o
índice de aproveitamento supera os 70%?
Dados
do IPEA, entretanto, apontam que somente 8% das cidades brasileiras contam com
a estrutura adequada para a reciclagem.
Reutilizar:
produto usado não é lixo
A
reutilização de um material, por outro lado, dispensa o reprocessamento: aqui,
o item não é transformado em um novo produto, mas pode ser reaproveitado em
diversas outras possibilidades de uso. Ao reutilizar um produto, você pode
aplicá-lo novamente na mesma função ou não, combatendo o desperdício. Desse
modo, papéis usados podem se transformar em blocos de rascunho, móveis podem
ganhar novas funções, garrafas podem se tornar objetos de decoração, etc.
Apesar
de não contribuir diretamente para a questão dos resíduos, como a reciclagem, a
reutilização colabora enormemente para a gestão do lixo, reaproveitando uma
matéria-prima que seria simplesmente descartada em lixões, aterros ou queimada.
O processo contribui, ainda, para reduzir a exploração de recursos naturais
empreendida para a produção de novos materiais.
Upcycling:
já ouviu falar no conceito?
Agora
que você já conhece a diferença entre as definições mais conhecidas de
reciclagem e reutilização, há um outro conceito menos disseminado, mas não
menos importante: o de upcycling. Nesse processo, produtos que estão no fim de
sua vida útil adquirem um novo valor com a melhoria de sua utilidade e
qualidade. Assim, materiais como fitas cassetes, sapatos velhos e embalagens de
comida são submetidos a processos físicos e químicos para promover a
valorização do material, aproveitando o item em sua totalidade ou o máximo
possível dele. Aumentando o valor de produtos aparentemente inúteis, o
upcycling, ao contrário da reciclagem, pode reaproveitar todo o material e não
utiliza energia para destruí-lo e então transformá-lo em um item novo.
Interessante, não?
Logística
Reversa: responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos
A
logística reversa é um dos instrumentos em prol da sustentabilidade
estabelecidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por empresas e
pelo poder público. Ela é definida como “instrumento de desenvolvimento
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. Em outras
palavras, a indústria que lançou o produto é responsável por criar mecanismos
para trazer sua embalagem de volta ou o próprio produto como no caso de pneus,
por exemplo. (teraambiental)
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