Consumo e desperdício: como eles afetam o planeta
Tudo o que consumimos, de alimentos do campo a
produtos eletrônicos, gera um impacto social e ambiental para o planeta. Em uma
conta simples, estima-se que, para cada dólar de produto fabricado no mundo,
são gastos 80 litros de água, por exemplo. Isso, claro, sem contar os outros
recursos naturais e humanos necessários para que essa fabricação seja possível.
Você já parou para pensar o quanto cada produto que
você compra influenciou e influencia o meio ambiente, ou ainda de que forma ele
foi produzido e por quem ele foi produzido? Pois bem, essa é uma reflexão
bastante válida. Esse é um dos princípios para ser um consumidor consciente.
O consumidor consciente é aquela pessoa que, para
escolher os produtos que compra, considera o meio ambiente, a saúde humana e
animal, as relações justas de trabalho, além de questões como preço e marca.
Consumir de forma consciente é buscar o equilíbrio entre a necessidade,
satisfação pessoal em comprar um objeto, e a sustentabilidade, pensando
nas consequências positivas e negativas de nossas escolhas, reduzindo ao máximo
o desperdício e o consumismo.
Consumo logo..., sou responsável.
Pense bem sobre o quanto de recursos naturais é gasto
para fabricar, por exemplo, um celular. Além de água, para produzir um aparelho
são extraídos da natureza petróleo, cobre, mercúrio, cádmio, zinco entre outros
metais e minerais. Em um volume muito grande, isso não só impacta o meio
ambiente por causa da extração de matéria-prima, mas devido ao grande volume de
descarte desses produtos que, feito de maneira inadequada, acabam ocupando
espaço em aterros sanitários e contaminando solos e água, trazendo riscos ao
meio ambiente e à saúde.
Um levantamento* aponta que, somente em 2014, foram
vendidos cerca de 54,5 milhões de smartphones no Brasil. Isso é quase 104 aparelhos
por minuto, em um ano! O estímulo ao consumo e a compra de aparelhos novos gera
um ciclo também alto de descarte (muitas vezes desnecessário).
A montanha de celulares descartada todos os anos se
junta aos outros eletrônicos jogados no lixo. De acordo com o E-waste World
Map, primeiro mapa global de lixo eletrônico produzido pela Step, aliança
global entre ONU, empresas, governos e ONGs, em 2012, o Brasil produziu 1,4
milhão de toneladas de lixo eletrônico (7 kg por habitante).
E se passarmos a falar sobre um artigo de primeira
necessidade, como a alimentação? O descarte e desperdício são ainda mais
surpreendentes.
*IDC Brasil
58% do lixo no Brasil é de comida!
O Brasil desperdiça 40 mil toneladas de alimentos
todos os dias. Essa quantia toda, que poderia alimentar 19 milhões de pessoas,
com café da manhã, almoço e jantar, vai parar no lixo diariamente. A maior
parte disso, é desperdiçada no preparo das refeições.
No mundo, 1/3 dos alimentos produzidos se perde
(Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura/FAO). Nos
países pobres, o problema acontece no início da cadeia produtiva, por falta de
tecnologia e dificuldades no armazenamento e no transporte. Nos países mais
desenvolvidos a situação se agrava nos supermercados e na casa do consumidor,
que costuma comprar mais do que precisa e acaba jogando fora alimentos que
passam da validade ou se deterioram.
Há desperdício de alimentos por um lado e há falta de
alimentos por outro. Estima-se que no mundo 900 milhões de pessoas vivam
em insegurança alimentar, ou seja, falta disponibilidade e acesso das pessoas
aos alimentos.
E jogar tanto alimento fora não é ruim somente para a
segurança alimentar. Isso é um grande erro do ponto de vista ecológico também.
Para se produzir alimentos gasta-se milhares de litros de água, sem contar a
quantidade de agrotóxicos utilizados para garantir a produção. Para transportar
esse alimento também se gastam litros e litros de combustível e se emitem
toneladas de CO2 na atmosfera.
Os alimentos produzidos e não consumidos já são
considerados o terceiro motivo de maior emissão de gases de efeito estufa, que
colabora para o aquecimento global.
Assim, como consumidores, temos grande
responsabilidade!
Para consumir melhor
Pense antes: Avalie o que é necessidade e o que é
somente uma vontade. Antes de comprar alguma coisa nova, analise se é possível
ainda utilizar o produto antigo. Planeje suas compras: evite excessos! Nas
compras em supermercados, faça uma lista para evitar o excesso.
Recicle: Antes de descartar, pense se o produto pode
ser usado para outra função. Além disso, tente verificar se pode ser doado ou
vendido para outras pessoas. Se tiver que descartar, envie para locais
adequados à reciclagem.
Aproveite os alimentos: Usar partes não convencionais
dos alimentos não só é bom para o meio ambiente, mas para a saúde: nas folhas,
talos e cascas de frutas e vegetais há muitos nutrientes que não acessamos por
falta de hábito e conhecimento.
Valorize empresas responsáveis: fornecedores que
possuem certificados ambientais e sociais, que reciclam ou reduzam os impactos
ambientais de suas atividades.
Prefira aparelhos que consumam menos energia: É melhor
para o meio ambiente e para o bolso também!
Reduza o uso de embalagens e sacolinhas plásticas: Leve
suas sacolas de casa. Utilize caixas de papelão, sacolas de tecido ou de
plástico mais duráveis. Prefira produtos com poucas embalagens ou embalagens
recicláveis. (eupensomeioambiente)
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