O
lixo eletrônico, ou e-lixo, ultrapassa as caixas de e-mail (o famoso spam) e
invade a esfera material. São memórias, HDs, CPUs completas, monitores CRT
(tubo) e uma porção de outros equipamentos eletrônicos que se transformam em
lixo num período de tempo cada vez mais curto. Segundo o Greenpeace, a cada ano
são gerados 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Se essa quantidade
fosse colocada em contêineres de um trem, os vagões carregados dariam uma volta
no mundo.
Aparelhos
eletrônicos ultrapassados ou quebrados, se descartados indevidamente,
contaminam o solo e a água por conter metais pesados, como chumbo, níquel e
cádmio. Monitores e televisões de tubo contêm, em média, 1,4kg de chumbo. Atrás
da tela, há uma camada desse metal com o objetivo de proteger o ser humano dos
raios catódicos emitidos pelo tubo de imagem. No caso de ingestão do chumbo,
pode haver danos ao sistema nervoso e reprodutivo.
Segundo
a StEP, aliança apoiada pela ONU, nem todos os materiais que compõem esses
equipamentos são nocivos e podem ser reaproveitados. Uma tonelada de celulares
velhos, cerca de 6 mil aparelhos, contém em torno de 3,5kg de prata, 340g de
ouro, 140g de paládio e 130kg de cobre; já uma bateria de celular possui 3,5g
de cobre. Essa quantidade de material vale cerca de US$ 15 mil.
A
responsabilidade do descarte desses materiais deve ser dividida entre governo,
fabricantes e sociedade. Quanto ao papel do governo, ainda não foram elaboradas
leis claras e severas que definam uma prática de destino específico para esse
material. Existe uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que impõe
limite ao volume de metais nocivos ao homem e ao meio ambiente na fabricação
dos novos monitores. Todavia, ainda não há nenhuma punição para o lançamento do
lixo tóxico no solo.
A
atuação dos fabricantes, por sua vez, resume-se a uma minoria que faz,
efetivamente, o recolhimento e reaproveitamento de seu lixo, deixando que este
seja descartado com o lixo comum. A sociedade ainda está engatinhando no
processo de conscientização, mas ainda há muito o que aprender. Muita gente não
sabe que uma boa parte desses resíduos pode ser reutilizada ou reciclada, e é
capaz de gerar novos e diferentes produtos. E mesmo quem já entende essa
necessidade e quer ajudar de alguma forma, não sabe como fazê-lo.
Foi
pensando na importância do destino dado ao e-lixo que o e-lixo maps foi criado.
Desenvolvida pelo Instituto Sérgio Motta em parceria com a Secretaria do Meio
Ambiente do Estado de São Paulo, essa ferramenta disponibiliza um serviço de
busca por postos de coleta e reciclagem de lixo eletrônico no Brasil. A ideia é
cadastrar e mapear os locais que oferecem esse serviço, fornecendo maiores
informações sobre o processo. O projeto ganhou tamanho destaque, visibilidade e
reconhecimento que está entre os três finalistas do Prêmio Greenvana Greenbest
Brasil 2012. (liquidation)
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