Há outro termo que costuma
ser confundido com “construção sustentável”, é a “construção ecológica”.
Embora na prática os dois termos acabem sendo usados da mesma forma, o primeiro
refere-se a uma prática mais comum no meio urbano e que visa à utilização de
tecnologias que permitem a sustentabilidade da construção. Já o segundo está
relacionado a técnicas de construção que utilizam materiais encontrados no
próprio local da construção e propõe a menor interferência possível na
paisagem. Assim, podem ser consideradas construções ecológicas as casas dos
esquimós, feitas de gelo (um material encontrado no próprio local) e que
praticamente se confunde com a paisagem.
A ideia
da construção sustentável não é assim tão nova, mas como quase tudo, demorou um
pouco para chegar por aqui. Países como EUA, Japão e os da Comunidade Europeia
já criaram inclusive incentivos para os empresários ou pessoas comuns que optem
por construções ecologicamente corretas. E, mesmo aqueles que não dispõem de
tanto capital para investir em uma nova casa podem aproveitar incentivos para a
realização de pequenas reformas. Os principais incentivos ainda são para o
campo da redução do consumo de energia.
Nos
EUA, por exemplo, não existe um programa nacional para o incentivo da
construção sustentável, porém, já existem alguns padrões reconhecidos
internacionalmente como a “LEED” (Leadership in Energy and Environmental
Design), a “Green Build Initiative” e o “Archicteture 2030” cada um com seus
próprios padrões de construções sustentáveis.
Algumas
iniciativas brasileiras: o IDHEA, Instituto para o Desenvolvimento da Habitação
Ecológica, provê soluções para construções sustentáveis; a revista Casa Cláudia
da editora Abril criou o “Prêmio Planeta Casa” que desde 2001 premia as
melhores idéias para construções sustentáveis; em 2007 foi proposto o Projeto
de Lei 34/07 do deputado Cassio Taniguchi (PFL-PR) que prevê incentivos fiscais
para as construções que utilizem práticas para reduzir o impacto ambiental; o
Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) que visa melhorar a
qualidade de vida da população preservando seu patrimônio ambiental. Poderíamos
ainda considerar outro movimento relacionado à arquitetura conhecido como
“arquitetura bioclimática” à medida que ela visa a harmonização da construção
com o meio ambiente de modo a utilizar da melhor forma possível os recursos
disponíveis. Segundo o IDHEA há nove passos para a construção sustentável:
* o
planejamento da obra de forma sustentável;
* o
aproveitamento dos recursos naturais disponíveis (ventilação e luminosidade
naturais, por exemplo, ao invés de ar condicionado e iluminação artificial
durante o dia);
*
eficiência energética;
*
gestão e economia de água;
*
gestão de resíduos;
*
qualidade do ar e ambiente interior;
*
conforto térmico e acústico;
*
uso racional dos materiais;
*
uso de tecnologias e produtos que não agridam o meio ambiente.
Uma
edificação sustentável começa antes mesmo da construção com a escolha de
materiais menos agressivos, duráveis e que exijam o mínimo de impacto possível
para sua obtenção. Aqui pode ser considerada a utilização de materiais
reciclados como matéria prima que podem ser classificados em dois tipos:
pós-industrial, quando o material reciclado é proveniente de resíduos
industriais e pós-consumo. Este é o caso de tijolos, madeira e outros entulhos
provenientes de demolições que podem ser aproveitados na construção ou
reciclados e transformados em outros materiais como o concreto feito de cinzas
de chaminés.
Junto
com a escolha dos materiais corretos é necessário que se verifique os
fornecedores para garantir que tenham procedência ambientalmente segura,
principalmente quando se tratar de madeira.
Ainda
na fase pré-construção, deve ser analisado o ciclo de vida do empreendimento e
dos materiais usados, o estudo do impacto ambiental da construção, um planejamento
da gestão dos resíduos que serão gerados e melhor forma de utilização do
material, além do que a planta deve ser planejada de modo que aproveite o
máximo possível dos recursos naturais disponíveis (como ventilação e
luminosidade natural) e promova a redução do consumo de energia e água através
do reuso e implantação de formas alternativas de energia como a energia solar,
a energia eólica e etc.
Durante
a construção devem ser adotados cuidados para evitar o desperdício de materiais
e se reaproveitar o máximo possível. O que além de gerar ganhos ambientais com
minimização do uso de matérias-primas ainda gera ganhos econômicos para o dono
da obra que economizará com materiais.
Quando
finalizada a obra devem ser observados os cuidados necessários à destinação dos
resíduos da construção e em todas as etapas devem ser utilizados materiais não
tóxicos. Alguns dos materiais “condenados” por qualquer padrão de construção
sustentável são: amianto, chumbo
e alumínio.
A
construção sustentável depois de pronta deverá ter coleta seletiva e um local específico
para acondicionar os resíduos recicláveis. Aos ocupantes ou proprietários
caberá apenas desfrutar de uma construção saudável, ecologicamente correta e
econômica. Ou seja, SUSTENTÁVEL. (infoescola)
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