Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA), importante no combate às desigualdades no
país, está sob ameaça.
O Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA) vem enfrentando cortes orçamentários que
enfraquecem o seu desempenho na segurança alimentar e nutricional de milhões de
brasileiros, e também na sustentabilidade socioeconômica de agricultores
familiares.
Um
dos programas mais eficientes do governo federal no combate a desigualdades e
enfrentamento da pobreza, o Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA), está sob ameaça, enfrentando seguidos
cortes de recursos e esgotamento em termos de alcance, principalmente na
Amazônia, onde desempenha um papel fundamental e necessário.
Criado
em 2003, no âmbito do Conselho
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), o programa tem
importante papel no combate à fome e na sustentabilidade socioeconômica de
agricultores familiares – incluindo indígenas, quilombolas, povos e comunidades
tradicionais.
O
PAA adquire alimentos com dispensa de licitação e a
preços compatíveis com os praticados nos mercados
regionais, assegurando assim preço e
mercado para os agricultores familiares. E, ao mesmo tempo, usa esses alimentos
para garantir alimentação a cidadãos em situação de
insegurança alimentar.
O
Inesc preparou uma Nota Técnica, “PAA na
Amazônia: uma promessa sob ameaça”, para expor os principais desafios do PAA,
principalmente na Amazônia, onde a pobreza rural é preocupante. As autoras
Nathalie Beghin (coordenadora da assessoria política do Inesc) e Alessandra
Cardoso (assessora política da instituição) analisaram os dados do PAA entre
2012 e 2015, e confirmaram a fragilidade do programa, principalmente em relação
aos públicos-alvo mais vulneráveis – ribeirinhos, quilombolas, indígenas e
povos e comunidades tradicionais.
Por
que um programa comprovadamente relevante para uma enorme diversidade de
produtores excluídos do mercado convencional e, ao mesmo tempo, tão essencial
para garantir a segurança alimentar e nutricional de
grupos vulneráveis não consegue avançar como o
esperado e demandando por um amplo conjunto de grupos sociais e entidades de
agricultores familiares, no sentido mais amplo do termo?
Como
pode sofrer sucessivos cortes de recursos e uma radical redução orçamentaria em 2016, ano em que a
crise fiscal e econômica tornam ainda mais vulneráveis
grupos historicamente excluídos e marginalizados?
O
que podemos esperar desse programa em um cenário de agravamento da crise
fiscal, econômica e politica no Brasil?
(…)
Além do compromisso político do governo com diversos segmentos sociais que
vocalizam a defesa desse programa, e a necessidade de sua ampliação, existe ou deveria existir um envolvimento legal com
seu desempenho na medida em que estão asseguradas na lei do Plano Plurianual
(PPA) metas vinculadas ao PAA que não estão sendo cumpridas.
Por
isso, defendemos que o desempenho do PAA, assim como o de outras politicas
publicas, pode e deve ser visto a partir da lente dos compromissos assumidos
legalmente pelo governo federal nos seus Planos Plurianuais (PPAs), e não
somente parte do compromisso politico de um governo.” (ecodebate)
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