Banco de
alimentos combate fome com ajuda às entidades e doação de cestas
Município doa alimentos para
19 entidades e distribui cestas verdes a famílias carentes.
A casa da sopa do Centro
Espírita Alan Kardec serve cerca de 90 refeições diárias.
O
apoio do município para 19 entidades que recebem mantimentos doados pelo Banco
de Alimentos está assegurado por mais um ano. A Prefeitura de Umuarama renovou
termo de adesão ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que assegura ao município R$ 650
mil para a compra de produtos da agricultura familiar até 2016. O dinheiro
garante acesso a legumes, frutas, verduras, ovos, carne e pães, entre outros
produtos da agroindústria. Tudo isso abastecerá as cozinhas das entidades que
servem refeições gratuitas a pessoas carentes.
O
Banco de Alimentos é um organismo público gerido pela Divisão de Segurança
Alimentar e Nutricional da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente.
Ele atua com o objetivo de evitar o desperdício e alimentar pessoas em situação
de vulnerabilidade social, econômica e nutricional. “A parceria entre a
Prefeitura e o MDS é garantia de mesa farta para centenas, milhares de pessoas
que sofrem com a falta de comida. Muitos nem casa têm para viver, mas através
desse trabalho estão livres da fome”, afirmou o secretário municipal da
Agricultura, Meio Ambiente e Gestão Integrada, Antônio Carlos Favaro.
Com
os recursos, o banco adquire, classifica, armazena e distribui alimentos de
forma gratuita às entidades socioassistenciais, como casa lar, casa da sopa,
centros de recuperação e de apoio. Atende ainda famílias em situação de
vulnerabilidade, assistidas pela Divisão de Segurança Alimentar, Secretaria de
Assistência Social e ações municipais que ofertam cestas verdes
à população, reforça o Programa Lixo que Vale e contribui para enriquecer
a merenda escolar servida nas escolas públicas, quando há excedentes. As
entidades atendem andarilhos, moradores de rua, pessoas de passagem pela
cidade, com falta de emprego, incapacidade para o trabalho ou outras
dificuldades. “São servidas mais de 1.500 refeições por dia nas entidades.
Nossa equipe também monta 185 cestas de produtos fresquinhos que são
distribuídas semanalmente – fornecendo alimentação para cerca de 1.500 pessoas
a cada quinze dias (três mil por mês)”, acrescentou o secretário Favaro.
Triagem
As
famílias são indicadas pelos Centros de Referência em Assistência Social
(CRAS). Recebem acompanhamento e passam pela avaliação nutricional da equipe do
Banco de Alimentos. Quando é comprovada a necessidade, começam a receber as
cestas verdes compostas por até 20 itens – entre frutas, verduras, legumes,
ovos, leite e pão, somando em torno de 25 quilos. “O estoque é abastecido com
hortifrútis frescos, diretamente do produtor através do Programa Compra Direta,
uma parceria entre governo federal e prefeitura, que vem garantindo alimentos
frescos e saudáveis”, acrescentou a coordenadora do Banco de Alimentos, Maressa
Borges.
Lixo
que vale
Centenas
de famílias que trocam lixo reciclável por alimentos nas feirinhas do
Programa Lixo que Vale também recebem produtos disponibilizados pelo Banco de
Alimentos. O projeto alia preservação ambiental à melhoria na alimentação de
250 famílias (mais de 1 mil pessoas), nos parques Jabuticabeiras e Industrial –
além de comunidades próximas. “E o agricultor familiar tem garantia de mercado
e preço justo. Ele planta na certeza de ter para quem vender e de receber em
dia pela sua produção”, afirmou Favaro. O PAA segue a tabela de preços da Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento).
O
prefeito Moacir Silva destaca o alcance social do programa. “São mais R$ 650
mil aplicados em uma alimentação saudável e nutritiva para quem precisa,
somados às ações de iniciativa própria do município. O Banco de Alimentos é um
equipamento importante, que não mede esforços para que a população seja
atendida e tenha acesso a uma alimentação digna e saudável, o que contribui
para o desempenho das atividades rotineiras e garante mais saúde”, afirmou.
Economia
Na
feira da última semana, no Parque Industrial, os moradores puderam adquirir
alguns produtos diferenciados como morango e rapadura, além de leite, ovos,
pães e toda a variedade de frutas, verduras e legumes.
A
dona de casa Maria de Oliveira encheu um carrinho de mão com produtos
fresquinhos e levou para a residência, onde vivem quatro pessoas. Ela conta que
não perde uma feira do Lixo que Vale. “Minha família me ajuda a juntar
recicláveis. Quando busco os alimentos, eu divido com a minha filha e
mesmo assim dá pra comer por mais de uma semana. A troca também faz sobrar mais
dinheiro para as outras despesas de casa. As verduras estão muito caras no
mercado”, afirmou Maria. “Eu adoro esse programa e participo desde o início.
Olha como o nosso bairro ficou mais limpo agora, está uma beleza”, completou.
A
economia no supermercado também foi destacada pela agente comunitária Umbelina
Aparecida de Lima. “Minha família deixa de gastar uns R$ 200 no mercado, com as
trocas do Lixo que Vale. Hoje está mais difícil juntar recicláveis, porque
ninguém joga mais nada fora. Eu trabalho nas ruas e vejo como a limpeza do
Industrial melhorou, com a chegada desse programa. O volume recolhido pelos
caminhões da limpeza pública diminuiu bastante, porque os recicláveis que antes
eram jogados no lixo agora são trocados por alimentos”, disse. “Os moradores
abraçaram mesmo o programa e espero que ele seja estendido a outros bairros”,
emendou.
Casa
da sopa
Para
o ex-presidente e hoje colaborador da casa da sopa do Centro Espírita Alan
Kardec, Lair Carboneira, os mantimentos doados pelo Banco de Alimentos fazem a
diferença na cozinha da entidade, que serve cerca de 90 refeições diárias para
andarilhos, vendedores ambulantes, moradores de bairros afastados que
buscam algum atendimento no centro, viajantes e pessoas de passagem pela
cidade. “De segunda a sexta-feira nós oferecemos café da manhã e almoço com
comida de qualidade. Hoje mesmo tem arroz, feijão, filé de frango, saladas
variadas e suco natural, tudo feito com doações que recebemos do Banco de
Alimentos, de outras entidades e da população em geral”, informou.
O
trabalho social do centro espírita já dura mais de 40 anos. “Além de alimentar
pessoas carentes, temos uma assistente social que, quando necessário, os
encaminha para o CRAS, Sistema Único de Saúde (SUS), atendimento odontológico e
assistência social, em geral. Além disso, distribuímos cerca de 40 cestas
básicas mensais para famílias que acompanhamos”, acrescentou Carboneira.
“A
satisfação dessas famílias e a melhoria visível na qualidade de vida é o
combustível que nos motiva a investir num programa tão eficiente como o Lixo
que Vale, e também a consolidar as parcerias com o governo federal e fortalecer
o Banco de Alimentos. Segurança alimentar é coisa séria e uma preocupação
constante que temos em Umuarama. Graças à equipe liderada pelo secretário
Antônio Favaro conseguimos matar a fome de milhares de pessoas com alimentos de
qualidade. Com esses resultados fascinantes, estamos trabalhando para estender.
Centenas de famílias trocam lixo reciclável por
alimentos nas feirinhas do Programa Lixo que Vale. (Umuarama)
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