Poluição nas cidades aumenta
8% e mata 7 milhões por ano
Poluição do ar nas cidades
aumenta 8% e mata 7 milhões de pessoas por ano, alertam agências da ONU.
Aumento
foi verificado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
entre 2008 e 2013, com apoio de dados da Organização Mundial da Saúde. Menos de
20% dos países avaliados pela agência da ONU regulam a queima a céu aberto de
resíduos, que é uma das principais causas da poluição do ar. Brasil é citado por
tentar promover eficiência energética e ampliar redes de transporte público.
Poluição no centro de Pequim.
Poluição no centro de Pequim.
Os
níveis de poluição
do ar nas zonas urbanas aumentaram em 8% de 2008 a 2013, advertiu o
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em relatório publicado
em 24/05/16. O organismo internacional destacou a importância do uso de mais
energias renováveis e de fogões ecológicos — ações vitais para o combate da
situação de emergência da saúde pública.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar mata 7
milhões de pessoas a cada ano, com mais de 80% dos indivíduos que vivem em
áreas urbanas sendo expostas a níveis de qualidade do ar que excedem os limites
de segurança da OMS.
“A
atual resposta global à má qualidade do ar é inadequada”, disse o
diretor-executivo do PNUMA, Achim Steiner.
“No
entanto, apesar da falta de uma resposta global, numerosos países e regiões
estão apresentando eficazes – e rentáveis – medidas destinadas a melhorar a
qualidade do ar. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável proporcionam uma
oportunidade para a implementação dessas melhorias a nível mundial e para um ar
mais limpo, com benefícios sociais e econômicos em todo o mundo”, completou.
De
acordo com o relatório, pelo menos 82 países dos 193 analisados têm incentivos
que promovem o investimento na produção de energia renovável, em produção mais
limpa, em eficiência energética e/ou equipamentos de controle de poluição.
Em 2015, pela primeira vez, as energias renováveis representaram a maioria
da nova capacidade de geração de eletricidade em todo o mundo, com um
investimento de 286 bilhões de dólares, de acordo com pesquisa realizada pelo
PNUMA, pela Bloomberg e pela Escola de Frankfurt.
Porém,
embora as políticas e normas sobre combustíveis limpos e veículos possam
reduzir as emissões em 90%, apenas 29 % dos países do mundo adotaram padrões de
emissões de veículos ‘Euro 4 ” ou acima. Enquanto isso, menos de 20 % dos
países regulam a queima a céu aberto de resíduos, uma das principais causas da
poluição do ar.
Apesar
dos desafios, o levantamento destaca que 97 países aumentaram o percentual
de domicílios que têm acesso a combustíveis de queima mais limpa para mais de
85% – um progresso fundamental para combater a poluição do ar que afeta
ambientes fechados.
A sujeira
presente no ar de espaços interiores é responsável por mais da metade das 7
milhões de mortes anuais associadas à poluição da atmosfera.
Brasil
promove avanços
A rápida urbanização e industrialização brasileira têm tido impactos sobre a qualidade do ar nos grandes centros urbanos. No entanto, segundo o relatório do PNUMA, o Brasil tem implementado vários incentivos regulatórios, institucionais e econômicos que estimulam investimentos em energia renovável, especialmente eólica, solar e mini hídrica.
A rápida urbanização e industrialização brasileira têm tido impactos sobre a qualidade do ar nos grandes centros urbanos. No entanto, segundo o relatório do PNUMA, o Brasil tem implementado vários incentivos regulatórios, institucionais e econômicos que estimulam investimentos em energia renovável, especialmente eólica, solar e mini hídrica.
O
Programa de Eficiência Energética brasileiro, por exemplo, exige que produtores
gastem, no mínimo, 5% em programas de eficiência energética.
Em
relação ao transporte, mesmo ainda com grandes desafios, tais como o
crescimento do número de veículos, frotas antigas, combustível sujo, pouca
condução pública, o Brasil tem apresentado avanços.
A
agência da ONU destaca que, como resultado dos protestos de junho de 2013, o
governo federal aumentou os investimentos em transporte através do Pacto de
Mobilidade — iniciativa que tem por objetivo oferecer maior qualidade ao
transporte público e desafogar o trânsito nas cidades.
O
levantamento do PNUMA ressalta também que, no Rio de Janeiro, uma série de
ações estão sendo implementadas, incluindo um sistema rápido de ônibus, com
novas linhas que estão sendo adicionadas para os Jogos Olímpicos de 2016, bem
como a expansão do metrô.
Em
Curitiba, corredores de trânsito de alta densidade foram integrados no plano da
cidade para promover o desenvolvimento residencial e industrial em algumas
áreas.
Como
resultado dessa ação e de outras decisões de planejamento de trânsito
inteligente, Curitiba usa cerca de 30% menos combustível per capita em
comparação a outras oito cidades brasileiras de tamanho similar.
Cerca
de 80% dos curitibanos vão ao trabalho utilizando o sistema de ônibus mais
rápidos, contribuindo para uma redução de aproximadamente 27 milhões no
número totais de viagens dos veículos por ano. O conjunto de pessoas que usam
transporte público aumentou 50 vezes nos últimos 20 anos, na cidade.
(ecodebate)
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