Diminuir desmatamento reduz emissão de gases de efeito estufa no Rio, diz estudo.
O
estado do Rio de Janeiro teve um avanço no combate ao desmatamento entre 2005 e
2010 e reduziu pela metade as emissões de gases de efeito estufa resultantes
desse tipo de ação. A conclusão se baseia em dados que fazem parte do
Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), que teve edições para
2005 e 2010. Agora, haverá outro em relação ao ano de 2015, além das
atualizações dos anteriores.
“Desde
2005 houve um controle muito bom do desmatamento no estado. No início desse
novo século o estado do Rio era um dos campeões no desmatamento da Mata
Atlântica e de lá para cá melhorou muito. A gente observou, de 2005 para 2010,
uma queda pela metade das emissões devido ao desmatamento no estado. [Isso]
mostra o acerto em diversas iniciativas que foram tomadas nesta área para
incentivar os municípios”, disse o coordenador do CentroClima, professor Emílio
La Rovere.
O Rio de Janeiro foi um dos campeões do
desmatamento da Mata Atlântica.
O
professor diz que os estados e municípios têm tido um protagonismo no
enfrentamento das mudanças climáticas e há várias redes entre eles que trocam
de experiências para indicar como podem colaborar para cortar as emissões de
gases de efeito estufa das atividades que ocorrem em cada território. “No caso
do estado do Rio, temos uma Política Estadual de Mudanças Climáticas que foi
feita a partir dos inventários anteriores, que estabelece limites de emissões
que o estado persegue voluntariamente e que tem um plano de ação para diminuir
e controlar essas emissões”, disse.
Queda
de 86%
Conforme
o estudo, na comparação entre 2005 e 2010, houve queda de 86% nas emissões de
gases de efeito estufa pela mudança de cobertura e uso do solo no estado.
Passando de 6,4 mil Gg de CO2 (gás carbônico) em 2005 para 0,9 mil
Gg de CO2 em 2010. “De forma geral, isto indica uma baixa na
intensidade de pressa o antro pica sobre as a reais com cobertura vegetal
natural no estado do Rio de Janeiro”, diz um trecho do documento ao qual
a Agência Brasil teve acesso.
Os
inventários permitem que o governo fluminense tenha mais informações para a
elaboração de ações na política estadual sobre a Mudança Global do Clima e
Desenvolvimento Sustentável, com o acompanhamento de metas de redução de gases
do efeito estufa, avaliação da evolução das emissões a cada cinco anos,
tendências e projeções. O convênio permite ainda a capacitação dos
profissionais das instituições envolvidas nesta questão.
O
trabalho é feito por meio de convênio entre o Centro de Estudos Integrados sobre
Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (CentroClima) do Instituto Alberto Luiz
Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Secretaria de Estado do Ambiente e o
Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea).
Ações
em andamento
O secretário do Ambiente, André Corrêa, destacou
projetos de reflorestamento e de silvicultura.
O
secretário do Ambiente, André Corrêa, diz que entre as ações em andamento para
incentivar o reflorestamento no estado do Rio de Janeiro estão o Banco Público
de Áreas de Restauração (Banpar) e o portal de restauração florestal,
classificadas por ele, como importantes instrumentos para avançar no
cumprimento de compensações ambientais que exigem replantio.
“O
empreendedor poderá realizar seus compromissos ambientais de forma clara e
objetiva e o proprietário ainda terá as áreas de sua propriedade restauradas.
Além disso, estamos concluindo o mapeamento de áreas de abastecimento público
que terá mapa georreferenciado e que serão priorizadas nas nossas ações de
restauração florestal. Nós também estamos incentivando a prática da
silvicultura [implantação e regeneração de florestas]”, disse.
Segundo
o secretário, o estímulo à atividade econômica, com a venda de produtos da base
florestal pelos produtores vai contribuir para a geração de emprego e renda
para regiões estagnadas ou de baixo dinamismo econômico.
La
Rovere disse que a Coppe fez convênios semelhantes com as prefeituras do Rio,
São Paulo e Vitória e que durante os Jogos Rio 2016 houve compra de crédito de
carbono para compensar parte das emissões da Olimpíada e da Paralimpíada. “Isso
é uma tendência. Acho que a sociedade está ficando alerta para os perigos da
mudança do clima”.
Piora
Para
o professor, a atualização, que será feita graças ao convênio assinado em
17/10/16, vai ser possível avaliar a situação atual no estado, onde queima de
combustíveis fósseis e de derivados de petróleo usados no transporte, na
indústria, residências e comércio estão entre os principais pontos de emissão,
acrescido dos resíduos sólidos urbanos de aterros, que emitem gases como o
metano. La Rovere acrescentou que, ao contrário do desmatamento, nestes casos,
a situação piorou.
“Continuou
a ter aumento. Foram instaladas siderúrgicas no estado do Rio, porque houve um
período de preços baixos da gasolina e do óleo diesel e aumento dos parques e
de veículos. Isso tudo tende a aumentar o consumo de gasolina, de óleo diesel e
coque siderúrgico e aumenta as emissões, então, esse é o maior desafio”, disse.
(ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário