FAO alerta que 30% de toda a comida produzida no mundo vai
parar no lixo.
Em
seminário online promovido em 13/11/17, a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil alertou que, anualmente, 1,3 bilhão
de toneladas de comida é desperdiçada ou se perde ao longo das cadeias
produtivas de alimentos.
Desperdício de alimentos preocupa a FAO e o governo brasileiro.
Volume
representa 30% de toda a comida produzida por ano no planeta.
De acordo
com Juliana Dei Svaldi Rossetto, responsável pelo tema junto à FAO no Brasil, a
Agenda 2030 da ONU conta com um item específico para enfrentar o problema. A
meta nº 3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 12 prevê a
redução pela metade do desperdício per capita mundial até 2030, bem como
diminuições das perdas nos sistemas de produção e abastecimento, incluindo no
momento pós-colheita.
Segundo o
organismo internacional, o desperdício responde por 46% da quantidade de comida
que vai parar no lixo. Já as perdas — que ocorrem sobretudo nas fases de
produção, armazenamento e transporte — correspondem a 54% do total.
No Brasil,
a FAO apoiou, a partir de setembro de 2016, a criação do Comitê Técnico da
Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). O
objetivo do organismo foi desenvolver uma estratégia comum para enfrentar o
problema, além de estabelecer diretrizes gerais para mensurar os desperdícios e
perdas no país. A agência da ONU também apoiou a elaboração de um diagnóstico
nacional sobre a questão.
Também
participando do seminário, Kathleen Sousa Oliveira Machado, coordenadora-geral
de Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional, do Ministério do
Desenvolvimento Social (MDS), lembrou que o Comitê Técnico do Brasil conseguiu
unir para o debate governo, sociedade civil e o setor produtivo.
“Reunir os
três setores discutindo e propondo soluções foi um grande avanço. Agora, a
gente espera ter essa estratégia aprovada em novembro pela CAISAN para poder
divulgar à população como o Estado brasileiro está atuando e pretende atuar
para conseguir atingir o ODS 12”, destacou.
Sobre a
atividade promovida pela FAO, a gestora acrescentou que foi importante ouvir as
experiências de outros países, que podem inspirar iniciativas brasileiras.
“A partir
disso, vamos reunir os especialistas brasileiros para começar a pensar uma
proposta e apoiar o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na
quantificação das perdas e desperdício de alimentos no país. Primeiro temos que
saber o quanto é perdido e desperdiçado para depois conseguirmos dizer se nós
alcançaremos esse objetivo até 2030”, salientou. (ecodebate)
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