Quinhentos
anos após a Reforma Protestante, o quadro religioso está mudando de maneira
irreversível na América Latina. O Brasil e suas grandes regiões estão passando
por uma acelerada transição religiosa que se manifesta em 4 aspectos:
1) Declínio
absoluto e relativo das filiações católicas;
2) Aumento
acelerado das filiações evangélicas (com diversificação das denominações e
aumento dos evangélicos não institucionalizados);
3)
Crescimento lento do percentual das religiões não cristãs;
4) Aumento
absoluto e relativo das pessoas que se declaram sem religião (incluindo ateus e
agnósticos);
O quadro
que se desenha para um futuro próximo é de mudança de hegemonia entre católicos
e evangélicos, com os segundos ultrapassando os primeiros e aumento da
pluralidade de crenças e do processo de secularização (grande aumento da
desafeição religiosa e da apostasia).
O censo
demográfico de 1890, realizado logo após a Proclamação da República (1889),
apontava que os católicos eram, praticamente, 100% da população brasileira. Mas
esse número veio caindo e estava em praticamente 90% em 1980. Mas a partir daí
a queda se acelerou e os católicos ficaram com 83,3% em 1991, 73,9% em 2000 e
64,6% em 2010.
Entre 1890
e 1970 os católicos perderam posição relativa na população total cerca de 1%
por década. Entre 1991 e 2010 a perda passou a ser de 1% ao ano. Portanto, o
ritmo de queda da presença católica no Brasil foi multiplicado por dez.
Todavia,
esta queda não é uniforme e segue ritmos diferenciados nas regiões, nos Estados
e nas cidades. A Unidade da Federação com menor proporção de católicos é o Rio
de Janeiro e a com maior percentagem de evangélicos é Rondônia. O Rio de
Janeiro também é a UF com maior pluralidade de crenças e com o maior percentual
de pessoas que se declaram sem religião.
A região
geográfica mais avançada na transição religiosa é a Sudeste (com mais de 80
milhões de habitantes em 2010) onde os católicos caíram de 69,2% para 59,5%
entre 2000 e 2010, os evangélicos passaram de 17,5% para 24,6%, as outras
religiões passaram de 4,9% para 7% e os sem religião passaram de 8,4% para 9%,
no mesmo período.
Nas regiões
Centro-Oeste e Norte o percentual de católicos é bem parecido com o percentual
da região Sudeste. Já o percentual de evangélicos é maior na região Norte, que,
no entanto, tinha um percentual de sem religião menor do que em outras regiões,
com exceção da região Sul. A região Nordeste tinha o maior percentual de
católicos e o menor de evangélicos. Já a região Sul fica na transição religiosa
um pouco à frente da região Nordeste, mas atrás das demais regiões.
Nota-se que a transição religiosa não tem uma relação determinística com o grau de desenvolvimento, pois enquanto o Sudeste lidera o quadro de transformações religiosas, juntamente com a região Norte, a região Sul está mais próxima da região Nordeste. O fato comum entre as regiões é que os quatro pontos indicados no início deste artigo seguem ao longo do tempo, apenas com velocidades diferentes de transições. (ecodebate)
Nota-se que a transição religiosa não tem uma relação determinística com o grau de desenvolvimento, pois enquanto o Sudeste lidera o quadro de transformações religiosas, juntamente com a região Norte, a região Sul está mais próxima da região Nordeste. O fato comum entre as regiões é que os quatro pontos indicados no início deste artigo seguem ao longo do tempo, apenas com velocidades diferentes de transições. (ecodebate)
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