Clima: La Niña possivelmente já atingiu seu pico, afirma serviço meteorológico da Austrália.
O fenômeno climático La
Niña pode ter atingido seu pico nas últimas semanas, disse em seu mais recente
informativo o serviço meteorológico da Austrália (Bureau of Meteorology - BOM,
na sigla em inglês). O evento segue sendo classificado como de fraca
intensidade e com término previsto para o Outono no Hemisfério Sul.
"As temperaturas da
superfície do mar no Pacífico tropical central tiveram leve aquecimento desde o
fim de dezembro, com a maioria dos modelos agora prevendo agora que o La Niña
terminará no Outono do Sul", disse o órgão em referência a perda de forças
do evento climático.
Anomalias semanais de
temperatura no Pacífico tropical.
Segundo o BOM, para que a
temporada 2017/18 seja classificada como um período de La Niña é necessário que
o evento dure por três meses. "Cinco dos oito modelos de clima pesquisados
pelo serviço sugerem que este evento provavelmente atravessará o verão no
[Hemisfério] Sul e se deteriorará no início do Outono de 2018", disse o
serviço australiano de meteorologia.
Modelos apontam que com a
ocorrência do fenômeno La Niña, a região Sul do Brasil pode ter falta de chuva
ou intensificação de veranico. A situação demanda atenção uma vez que as
culturas de verão, como a soja e milho, que podem ser prejudicadas no período
de enchimento de grãos.
No
Norte e Nordeste, as chances são de chuvas acima da média em alguns estados,
enquanto que no Centro-Oeste e Sudeste são esperados todos os tipos de eventos
climáticos, já que são áreas centrais do país.
Escala criada para
caracterização de fenômenos climáticos.
Em entrevista recente ao
Notícias Agrícolas, Expedito Rebello, coordenador-Geral de Meteorologia do
Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), apontou que as condições climáticas
previstas para os próximos três meses no Brasil (fevereiro, março e abril)
estão relacionadas com o La Niña.
"As chuvas no estado
de Mato Grosso devem ter acumulado entre 500 e 800 milímetros nos meses de
fevereiro, março e abril. Enquanto que no Norte do país, os volumes podem
ultrapassar os 1200 mm", disse Rebello. Áreas do Matopiba também devem
receber altos volumes de chuva no próximo trimestre, o que também ascende o
alerta para a colheita da safra de grãos na região que é importante produtora
no país.
"Com exceção da Bahia,
são esperados volumes expressivos em Tocantins, Maranhão e Piauí. O Nordeste
enfrentou anos de seca", explicou o meteorologista.
Enquanto
são esperadas chuvas volumosas no Centro-Norte, o Sul do país deve ter baixos
volumes, assim como na maior parte do Mato Grosso do Sul. No Paraná, segundo
maior estado produtor de grãos no Brasil, são esperados cerca até 400 mm
acumulados na maior parte do estado nos próximos três meses. Volume que é
considerado abaixo da média histórica para o período.
Mapa de previsão probabilística
para os próximos três meses em todo o Brasil. (noticiasagricolas)
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